Introdução:
Engasgos com alimentos são comuns em todas as faixas etárias. Porém, podem ser mais frequentes e perigosos na infância, trazendo complicações graves ou até mesmo óbito. Existem alimentos com potencial elevado de engasgo devendo ser evitados em certas faixas etárias. Apresentamos um caso de pneumonia e sibilância iniciada após engasgo com pipoca em criança pré escolar.
Descrição do caso:
Criança pré escolar de 2 anos e 5 meses, previamente hígida, iniciou sintomas de febre, tosse e dispneia um dia após se engasgar comendo pipoca. Após 10 dias de quadro realizou radiografia de tórax demonstrando opacidade e atelectasia em lobo pulmonar médio direito, sendo diagnosticado com Pneumonia e submetido a antibioticoterapia por 10 dias com penicilina, sem melhora. Foi então submetido a escalonamento do tratamento, por mais 3 dias com macrolídeo – ainda sem melhora significativa. Devido a persistência do quadro foi internado em uso de antibioticoterapia endovenosa e broncodilatadores para realização de Broncoscopia. Procedimento foi realizado 30 dias após o evento do engasgo, sendo identificado e retirado um caroço de milho no brônquio intermediário à direita, próximo aos basais. Desde então criança apresentou remissão total dos sintomas.
Discussão:
A pipoca é um alimento classificado pelo CDC Norte Americano com alto potencial de engasgo e risco de asfixia em crianças, motivo pelo qual sua ingestão é recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) a partir dos quatro anos de idade. O paciente em questão se apresentava abaixo desta faixa etária, configurando alto risco para engasgo.
Conclusão:
A faixa etária pediátrica tem maior risco de complicações graves decorrentes de engasgos. É de extrema importância o reconhecimento dos alimentos com alto potencial de engasgo e a devida orientação pelo pediatra aos pais sobre a idade mais segura para oferecer tais alimentos aos filhos, evitando complicações pulmonares como pneumonias, asfixias e até mesmo óbito.