REAÇÃO LEUCEMÓIDE SECUNDÁRIA A INFECÇÃO VIRAL: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO: A reação leucemóide (RL) é uma alteração secundária sintomática e reversível do sangue em resposta a um estímulo. Portanto, é uma condição reativa e funcional dos sistemas hematopoiético, linfático e imunológico, secundária a várias doenças, acompanhada pelo desenvolvimento de glóbulos brancos imaturos no sangue periférico, cujo número pode ultrapassar 50.000 por 1 mm3. A RL tem sinais morfológicos semelhantes às manifestações leucêmicas ou subleucêmicas. Como as alterações reativas no sangue são semelhantes às malignidades hematológicas, é importante diferenciá-las da leucemia.
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente com três anos de idade, sexo feminino, foi admitida no departamento de emergência com linfonodomegalias cervicais e inguinais, hipoatividade, hipocorada, orofaringe hiperemiada, febre há dois dias e leucose a esclarecer. Havia apresentado quadro recente de síndrome mão, pé e boca. Colhido Hemograma: Hemoglobina 11,6, Leucograma 54.770, Plaquetas 251 mil. Após internação no setor da oncopediatria, realizado exames laboratoriais, sorologias, DHL, US de abdômen e Rx Tórax. Iniciado Ceftriaxona e hiperhidratação sem potássio. Após 24h infante evolui com alteração neurológica (sonolência alternada com irritabilidade) e piora do quadro geral, transferida para UTI Pediátrica. Realizado TC de Crânio, iniciado Alopurinol, Hidróxido de Alumínio e corticoterapia em baixas doses. Realizado mielograma com imunofenotipagem e cariótipo. Devido a melhora do nível de consciência recebe alta da UTI pediátrica para enfermaria da oncologia pediátrica. Após discussão do quadro clínico, exames laboratoriais e leitura de mielograma, afastado quadro oncológico.
DISCUSSÃO: No geral os estudos mostram que principais causas de leucocitose com desvio à esquerda são infecção, inflamação e neoplasia. Em muitos dos primeiros relatos de reação leucemóide, o paciente não se recupera da doença primária, podendo, então, não ter havido correção da anormalidade hematológica.
CONCLUSÃO: O monitoramento do paciente é necessário, com hemogramas sequenciais e punção aspirativa da medula óssea, devido as dificuldades de diagnóstico e diferenciação da leucemia mielóide aguda.