Introdução: A sífilis congênita foi responsável por 27.019 infecções e 192 óbitos em 2021 no Brasil, classificando o país em elevada prioridade para o controle da doença. Até o momento, carecem estudos relacionando o número de casos da infecção com a realização de pré-natal pelas mães das crianças acometidas na capital paulista. Objetivo: Relacionar casos de sífilis congênita com a realização de pré-natal no município de São Paulo. Metodologia: Estudo ecológico, de série temporal, cuja coleta de dados foi feita em dezembro de 2023 utilizando-se o Sistema de Informações de Agravos e Notificações (DATASUS), filtrando-o pelas variáveis ano diagnóstico, realizou pré-natal e município de notificação. Incluiu-se casos confirmados de sífilis congênita diagnosticados entre 2017-2021 e excluiu-se dados alheios ao recorte temático. A análise foi feita segundo a estatística descritiva. Resultados: Entre 2017 e 2021, houve 5.264 casos confirmados de sífilis congênita no município de São Paulo. Anualmente, os casos foram de 569 em 2021, 1.051 em 2020, 1.204 em 2019, 1.255 em 2018 e 1.146 em 2017. A porcentagem de acompanhamento pré-natal nestes casos foi de 85,06% em 2021, 81,06% em 2020, 75,4% em 2019, 75,8% em 2018 e 78,8% em 2017. O aumento no acompanhamento pré-natal em 2017 e 2019-2021, foi acompanhado pela diminuição de casos confirmados de sífilis congênita. Entre 2018-2019, apesar da redução relativa de 0,4% na cobertura de atenção pré-natal, reduziram-se os casos de sífilis congênita. Conclusão: O aumento na adesão ao pré-natal está associado à redução dos casos de sífilis congênita. Segundo a literatura, apesar da eficácia da testagem pré-natal, estabeleceu-se uma epidemia de sífilis congênita no Brasil, indicando que lacunas na assistência pré-natal devem ser resolvidas. Desta forma, o investimento em diagnóstico precoce, acompanhamento de parceiros e classificação clínica de gestantes deve ser realizado para prevenir os desfechos clínicos causados pela infecção.