SÍNDROME DA ENTEROCOLITE INDUZIDA POR PROTEÍNA ALIMENTAR E O SEU DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL NA PEDIATRIA

Introdução: A Síndrome da Enterocolite Induzida por Proteína Alimentar (FPIES) é uma inflamação do intestino delgado e do cólon causada por uma reação de hipersensibilidade não mediada por IgE. Essa doença ocorre, especialmente, em bebês entre 5 e 9 meses, alimentados artificialmente ou que obtiveram uma introdução alimentar precoce, destacando a ingestão do leite de vaca e a soja. Apesar da ameaça à vida pela evolução da doença, o conhecimento sobre a mesma é precário e, portanto, necessita de um diagnóstico precoce. Objetivo: Destacar os achados e as ferramentas para o diagnóstico da FPIES na pediatria. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada por levantamento na base de dados do PubMed. Foram encontrados 4 artigos originais, dos últimos 5 anos, a partir dos seguintes descritores: ´Hipersensibilidade Alimentar´ AND ´Enterocolite´ AND ´Diagnóstico Clínico´. Resultados: O diagnóstico da síndrome envolve uma abordagem complexa, combinando manifestações clínicas, laboratoriais e exames complementares. Dessa forma, a FPIES pode ter duas apresentações: aguda e crônica. A aguda é marcada por vômitos profusos e diarreia ao ingerir o alérgeno, após a exclusão do fator desencadeante, a resolução clínica é rápida. Já a crônica decorre da exposição precoce e contínua do alérgeno. Os sintomas são observados após semanas da exposição e incluem vômitos intermitentes, esteatorreia, hematoquezia e desidratação, podendo causar um quadro de déficit de crescimento, hipoalbuminemia e choque hipovolêmico. Ademais, os achados laboratoriais são trombocitose, neutrofilia, eosinofilia, acidose metabólica e metahemoglobinemia. Por fim, o Teste de Provocação Oral é padrão ouro para o diagnóstico, mas só é indicado quando a história clínica é inconclusiva. Conclusões: Em resumo, os estudos nesta revisão de literatura indicam que o diagnóstico da FPIES em crianças necessita de uma avaliação abrangente, destacando a importância do Teste de Provocação Oral, o qual proporciona uma visão fidedigna da resposta de hipersensibilidade do paciente.