INTRODUÇÃO
Atualmente observamos um aumento da incidência da síndrome metabólica (SM) na infância e adolescência, e representa um importante fator de risco cardiovascular.
DESCRIÇÃO DO CASO
M.C.S., 11 anos, feminina, procurou o serviço médico devido a obesidade. Faz acompanhamento de neurologia desde os 5 anos devido a epilepsia. Apresentava acantose nigricans cervical posterior, peso 66.2 kg (p99), estatura 1,59 m (p95), IMC 26.2, circunferência abdominal (CA): 87cm (>p95), PA: 110×60 mmHg (p50). ACV: RR2T sem sopros e abdome normal. Laboratório: colesterol (CT) 179 mg, LDL não realizado- soro lipêmico, HDL 28 mg, triglicerídeos (TG) 665 mg, glicemia 74mg, hemoglobina glicada 5,5%. Ecocardiograma mostrou: comunicação interatrial pequena e hipertrofia do septo interventricular compatível com cardiomiopatia hipertrófica não obstrutiva. Duplex scan de carótidas e vertebrais normal. A orientação alimentar e atividades físicas foram instituídos, porém sem resultados satisfatórios, portanto foi discutida a introdução de medicações hipolipemiantes.
DISCUSSÃO
A SM é definida como a combinação de cinco componentes: resistência à insulina, alteração na PA, obesidade, perfil lipídico anormal principalmente o aumento do TG e redução do HDL. Para maiores de 10 anos, é necessário presença de CA aumentada e dois ou mais parâmetros: TG >110 mg, HDL<40 mg, glicemia >100 mg e PA > p95. No caso, a SM foi definida pela presença de CT, TG e CA aumentados. As dislipidemias podem ser primárias (fatores genéticos): hipercolesterolemia familiar e as secundárias, decorrente ao estilo de vida inadequado – obesidade e doenças como hipotiroidismo, artrite reumatoide e infecção pelo HIV. Os hipolipemiantes, como estatinas, são indicados nos casos sem melhora após orientação como mudanças dos hábitos de vida ou com fatores de risco associados.
CONCLUSÃO
A SM é um importante problema de saúde pública e o tratamento multidisciplinar encontra diversos desafios principalmente, como a mudança de estilo de vida e a adesão terapêutica.