INTRODUÇÃO: Considera-se uma gravidez na adolescência aquela que ocorre antes dos 20 anos completos. Apesar de, por vezes, serem gestações desejadas, sua ocorrência impacta a saúde física e mental das jovens e pode acirrar dificuldades socioeconômicas e conflitos familiares. O Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria afirmam a necessidade de reduzir a incidência desses casos, zelando pelo bem estar das adolescentes. OBJETIVOS: Estabelecer a proporção de nascidos vivos (NV) provenientes de gravidezes na adolescência e o grau de instrução dessas jovens. MÉTODOS: Foram coletados dados disponíveis nas Estatísticas Vitais do DATASUS utilizando para Idade da Mãe as seleções de menor de 10 anos até 15 a 19 anos. RESULTADOS: De 2012 a 2021, tem-se que, nacionalmente, 16,79% dos NV têm mães com até 20 anos de idade. Esse percentual caiu 29% entre 2012 e 2021, de 19,28% para 13,62%. Os estados com maior percentual de seus NV tendo mães adolescentes no ano de 2021 foram Acre e Amazonas, com 23,38% e 22,63%, respectivamente. O maior decréscimo desse percentual durante o período estudado se deu em Santa Catarina (42% de redução, saindo de 15,83% para 9,11%). Quanto à escolaridade das jovens, em 2021, nacionalmente, 76,07% tinha 8 ou mais anos de instrução um aumento importante desde 2012, quando 40,83% tinha menos de 7 anos de instrução. CONCLUSÃO: Apesar da tendência de queda, adolescentes seguem representando uma fração importante das gestantes brasileiras. Considerando a melhora observada na escolaridade materna, pode-se inferir que o caminho para continuar melhorando esse indicador é a educação sexual nas escolas, com ênfase em sexo seguro e planejamento familiar. Estratégias que criem pontos de acesso ao sistema de saúde através da rede de educação podem, também, ser promissoras.