TERAPIA CANABINOIDE EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que impacta nas habilidades sociais e comportamentais. Pela abundância de receptores canabinoides no corpo humano, há uma crescente dos estudos do uso da cannabis medicinal em diversas condições clínicas de saúde, o que inclui a busca de um tratamento efetivo para o transtorno que acomete, segundo a Organização Mundial de saúde, 1 em cada 160 crianças. Objetivo: Analisar na literatura já existente o desempenho do uso do canabidiol (CBD) no tratamento dos sintomas do Transtorno do Espectro Autista visando compreender os benefícios e possíveis efeitos adversos associados ao tratamento. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura em que foram buscados no PubMed, Scielo e BVS os descritores em saúde: “Pediatria”, “Cannabis Medicinal”, “Tratamento”, “Autismo”. Dos 32 artigos levantados, 15 foram coerentes com os critérios de inclusão. Resultados: Os resultados revelam que o tratamento com CBD pode ser uma alternativa efetiva para controlar sintomas em crianças e adolescentes com TEA, mesmo que diante da heterogeneidade dessa condição. O “efeito comitiva” foi citado nas pesquisas sugerindo que as interações entre o CBD e THC podem potencializar os efeitos terapêuticos do óleo quando esses canabinoides são utilizados juntos em proporções adequadas. Os principais sintomas de difícil controle desse transtorno incluem a agressividade, irritabilidade e comportamentos auto-lesivos, sendo apontados em 60% dos estudos como reduzidos após a suplementação do canabinóide. 33,3% das evidências enfatizaram melhorias significativas na comunicação social e redução da ansiedade. 6% dos relatos indicaram eventos psicóticos associados ao uso concomitante de psicotrópicos, indicando a importância do acompanhamento psiquiátrico. Ademais, efeitos adversos (N=6) foram predominantemente leves a moderados. Conclusão: As evidências indicam melhora dos principais sintomas relacionados ao TEA, contudo, são necessárias mais pesquisas clínicas que esclareçam os riscos-benefícios e estabeleçam as condições ideais de prescrição para utilizar essa abordagem terapêutica.