Introdução
O traumatismo cranioencefálico (TCE) na faixa etária pediátrica é causa importante de morbidade e mortalidade. As principais etiologias dessa lesão são acidentes domésticos, quedas da própria altura, acidentes automobilísticos, esportes e violência contra a criança. Os picos de incidência são: infância precoce, marcada pelas quedas, e adolescência, em que são frequentes os acidentes automobilísticos.
Descrição do caso
Escolar,10 anos, sexo feminino, deu entrada na emergência vítima de acidente automobilístico versus anteparo. Apresentava Escala de Coma de Glasgow 9, pupilas isocóricas, midriáticas, porém fotorreagentes com resposta lenta, hematoma em região anterior do membro inferior esquerdo, lesões de escoriação em pálpebra direita, mento e abdome inferior. Emitia sons incompreensíveis. Paciente foi transferida para unidade de terapia intensiva, onde evoluiu com queda do Glasgow para 7, necessitando de intubação orotraqueal. Foram realizados exames como tomografia de crânio, demonstrando hiperdensidade da tenda do cerebelo e pequeno foco hiperdenso na região pré-pontina, correspondente à hemorragia subaracnoidea em mesencéfalo. Na tomografia de tórax, estavam presentes opacidades em vidro fosco em região lateral dos lobos superior, médio e inferior á direita, sugestivo de contusão pulmonar.
Discussão
Diante do exposto, o tratamento de escolha foi analgesia, com uso de narcótico, sedação com bloqueador neuromuscular, anticonvulsivante, antibioticoterapia, hidratação venosa e suporte ventilatório invasivo. Como intercorrência, horas após a internação, paciente desenvolveu uma parada cardiorrespiratória, sendo resolvida com manobras de reanimação, sem necessidade de drogas. Após 8 dias, paciente recebeu alta hospitalar sem sequelas neurológicas.
Conclusão
Conclui-se que é de extrema importância o atendimento precoce dos casos de TCE em um ambiente preparado para as intercorrências e diferentes evoluções que um trauma grave pode proporcionar.