USO NÃO URGENTE DO PRONTO SOCORRO PEDIÁTRICO

Introdução
A procura por serviços de pronto atendimento como porta de entrada ao Sistema Único de Saúde (SUS) na pediatria é elevada, mesmo em casos de baixa complexidade, a isso se deve a preocupação excessiva dos cuidadores e à ideia geral de que o Pronto Socorro é um serviço eficaz e resolutivo. Tal medida acarreta consequências para o SUS e o seu funcionamento em Rede de Atenção em Saúde (RAS).

Objetivo
Identificar os motivos de procura a um Pronto Socorro Pediátrico (PSP) de uma cidade do Estado de São Paulo e definir o perfil de usuários que buscam o serviço.

Método
Estudo observacional prospectivo realizado no período de fevereiro a agosto de 2021, através de entrevistas estruturadas com os pais e/ou responsáveis legais de crianças levadas ao PSP, com formulário desenvolvido para a pesquisa aplicado no ambiente de sala de espera, contendo informações sociodemográficas e clínicas, além da classificação de urgência no momento da triagem. Os dados foram apresentados como média ± desvio padrão ou porcentagem.

Resultados
Foram entrevistados 252 responsáveis, sendo a maioria mãe (76,19%) ou pai (15,87%), predominantemente com ensino médio completo (53,17%), a idade média dos responsáveis foi de 32 anos (±8) e dos pacientes de 4 anos (±4). Nível de preocupação alto ou moderado com o estado de saúde da criança foi respondido por 91,63% dos responsáveis, embora a maioria dos casos tenham sido classificados na triagem como pouco ou não urgentes (77,29%).

Conclusão
O nível de preocupação do responsável e a convicção de que o PSP proporciona um atendimento mais efetivo motivaram a busca não urgente desse serviço. Os dados refletem a necessidade de educação em saúde para conscientização do fluxo da RAS dentro do SUS, identificando a atenção primária à saúde como porta de entrada ao sistema e o PS como local destinado ao atendimento de urgência e emergência.