Aos mestres com carinho

Aos mestres com carinho

O título deste artigo faz alusão ao filme “Ao Mestre com Carinho” (To Sir, with Love), de 1967. Foi intencional. É um clássico sobre educação e o poder transformador do vínculo entre mestre e aluno. Uma breve sinopse dessa película:

“O engenheiro Mark Thackeray (interpretado por Sidney Poitier) aceita temporariamente um emprego como professor em uma escola pública de Londres, localizada em um bairro operário marcado por desigualdades sociais. Ao chegar, encontra uma turma de adolescentes rebeldes, indisciplinados e desacreditados do futuro, que não respeitam professores nem regras. Ele enfrenta resistência e provocações, mas aos poucos conquista o respeito dos alunos, ao adotar um método de ensino diferente: em vez de focar apenas nos conteúdos tradicionais, passa a tratar os jovens como adultos em formação, discutindo valores, comportamento, responsabilidade e dignidade. Com resiliência e humanidade, ele transforma a relação com a classe, despertando neles confiança, respeito mútuo e uma nova visão de futuro. No processo, Thackeray também se redescobre como educador, percebendo a importância de sua missão”.

O mestre pode ser comparado com alguém que sopra brasas. Não cria o fogo – apenas o desperta. O professor aviva o fogo ensinando a perguntar, a duvidar. Ao atiçar a curiosidade, ao repartir conhecimento, capacita o aluno a sonhar outros mundos possíveis.

O professor semeia pacientemente algo que, muitas vezes, só floresce anos depois. Essa é uma dimensão invisível e demorada do ofício. Como dizia Rubem Alves: “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra.” Paulo Freire acrescentou: “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.”

Quem ensina deve estar sempre se reinventando: o professor é, antes de tudo, alguém que não deixou de aprender, pois sabe que o conhecimento não se esgota no hoje, mas se renova continuamente. Há sempre muitíssimas coisas que não sabemos. E o que pensamos ser definitivo, verificamos, mais tarde, que era provisório.

Na sala de aula, mais do que conhecimento, o professor constrói encontros. E encontros podem mudar destinos. Esses encontros acontecem quando o professor se torna uma fonte de inspiração para cada pessoa que passa por sua sala. São encontros que lançam pontes para futuros mais livres, justos e transformadores.

Aos nossos mestres, com carinho, nossa eterna gratidão. Aos que hoje estão na docência, nosso respeito e admiração.

 

Relator:
Fernando MF Oliveira
Coordenador do Blog Pediatra Orienta da SPSP