Avós são livros vivos

Avós são livros vivos

Antigamente, antes do Google, dizia-se a respeito de alguém que tinha amplo conhecimento de assuntos gerais e diversos que o mesmo era uma “biblioteca ambulante”, ou seja, era fonte de informação disponível, qual um livro ou muitos. As famílias, em geral, podem desfrutar do convívio com “livros vivos”, prontos para serem “lidos” – os avós, que são fonte de sabedoria, bons conselhos e depositários de valores e de muitas histórias familiares.

Os avós têm um papel singular na família. Destacamos alguns pontos em que podem atuar diferenciadamente, como:

  • mediadores de conflitos entre pais e filhos – sendo facilitadores da comunicação, oferecendo uma nova perspectiva de olhar para uma determinada situação;
  • apoio emocional para os filhos e para os netos – o apoio e os conselhos dos mais experientes podem tranquilizar e direcionar os ânimos em uma família, especialmente quando os pais forem iniciantes na tarefa de cuidar de filhos, ou estiverem sobrecarregados e assustados;
  • fontes de amor, carinho, paciência, humor, tolerância, conforto;
  • ponto de união da família – através dos avós, os descendentes podem conhecer mais sobre a história da própria família, gerando uma noção de identidade e pertencimento, que ajuda a saber quem somos;
  • cuidadores emocionais os avós transmitem às crianças da família um sentimento natural de simpatia e gentileza. Crianças enraivecidas e furiosas com os pais podem se tranquilizar na presença de um de seus avós; ou atender a um pedido dos avós, quando a ordem dos pais foi, simplesmente, ignorada.

Indiretamente, a figura dos avós (mais idosos e com limitações eventuais) ajuda a desenvolver nos netos sentimentos de empatia e o instinto natural do cuidado. A interação entre netos e avós traz benefícios mútuos. Os netos rejuvenescem os avós e os aproximam das novidades tecnológicas e do progresso do mundo moderno.

Netos adoram avós disponíveis, dispostos a brincar, que compram um doce ou um brinquedo fora das datas fixas de aniversário, Páscoa, Dia da Criança e Natal, por exemplo. Quem não gosta de surpresa e de afeto?

A realidade é que essa “superproteção” dos avós não deve levar as crianças a desobedecerem seus pais, mas é importante que pais e avós conversem francamente, pactuando as diretrizes estabelecidas para a educação das crianças. Pais e avós têm que ser aliados nesse processo.

Avós permissivos, que deixam que os netos façam tudo e comam tudo que quiserem, passam, indiretamente, a mensagem de que os pais são os “monstros malvados” que os privam “do melhor da vida”. A ideia de que “pais educam e os avós estragam” numa sociedade mais complexa e desafiante como a atual, não é mais cabível.

O dia 26 de julho foi escolhido para a celebração do Dia dos Avós porque a data corresponde ao dia em que a Igreja Católica estabeleceu para a comemoração da festa de São Joaquim e Sant’Ana que, segundo a tradição, seriam os pais de Maria, portanto avós de Jesus.

Dia para lembrar e honrar a vida dos avós.

 

Relator:
Fernando MF Oliveira     
Coordenador do Blog Pediatra Orienta da SPSP