Texto divulgado em 27/02/2025
O Carnaval é época de muita alegria e festa; entretanto, a diversão deve vir acompanhada de cuidados essenciais para garantir a segurança e o bem-estar de crianças e adolescentes. Pensando nisso, o Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da SPSP reuniu algumas dicas importantes para que a diversão dos nossos pequenos foliões seja plena e sem incidentes.
As crianças devem estar SEMPRE acompanhadas pelos pais, familiares e responsáveis, que NUNCA devem perdê-las de vista. Coloque pulseiras de identificação contendo o nome da criança, do responsável e um telefone de contato, e estabeleça pontos de encontro previamente combinados. Oriente seus filhos a não se afastarem e ensine-os a identificar e procurar um policial, segurança ou funcionário do evento caso se percam.
Na escolha das fantasias, prefira roupas confortáveis e leves, confeccionadas em algodão ou outros materiais naturais, que permitam a circulação de ar e previnam alergias, principalmente em função do suor. Evite fantasias com cordões, correntes, “caudas”, babados longos ou quaisquer acessórios que possam se prender e causar quedas ou lesões. Se não optar pela fantasia, escolha roupas igualmente seguras, sem peças pequenas que possam se soltar e serem engolidas ou aspiradas. Os sapatos devem ser aderentes e confortáveis, evitando riscos de quedas ou torções, além de não deixar as crianças andarem descalças, para prevenir cortes e machucados.
Ambientes com som muito alto também requerem atenção, já que volumes excessivos podem prejudicar a audição dos pequenos. Procure locais que ofereçam áreas mais silenciosas e, se estiver perto de caixas de som, mantenha uma distância de pelo menos 15 metros para proteger os ouvidos.
O clima durante o Carnaval pode apresentar desafios: altas temperaturas e, em algumas ocasiões, chuvas intensas, que elevam o risco de alagamentos. Se o evento ocorrer ao ar livre, evite a exposição direta ao sol entre 10h e 16h. Aplique protetor solar a cada duas horas e complemente com bonés ou chapéus. Em dias de chuva, verifique a segurança do local e evite áreas propensas a inundações, garantindo rotas de fuga seguras.
A hidratação e a alimentação adequadas são essenciais para manter as energias durante a folia. Ofereça água, sucos naturais ou água de coco com frequência e prefira alimentos leves e nutritivos. Reforce com as crianças a importância de não aceitarem alimentos ou bebidas de estranhos, mantendo sempre a supervisão de um adulto atento.
Os itens típicos do Carnaval, como confetes, espumas e serpentinas, também merecem cuidados especiais. Ensine os pequenos a brincar com esses objetos de forma segura, evitando que sejam levados à boca ou aos olhos. Tenha atenção redobrada para que serpentinas não sejam colocadas no pescoço, prevenindo riscos de estrangulamento.
Para os adolescentes, é fundamental reforçar os limites e o senso de responsabilidade, orientando-os a se afastarem de situações desconfortáveis e a procurar ajuda sempre que se sentirem ameaçados ou constrangidos. A autonomia nessa fase deve vir acompanhada de um diálogo aberto com os pais, que inclua também a conscientização sobre comportamentos de risco e a importância de medidas preventivas, como o uso de métodos seguros para evitar uma gravidez não planejada e proteger contra infecções sexualmente transmissíveis.
Por fim, vale lembrar que as leis brasileiras continuam válidas durante o Carnaval: o uso de drogas é proibido para todas as idades e o consumo de bebidas alcoólicas é permitido somente para maiores de 18 anos, sempre com moderação e sem dirigir após beber e o uso de tabaco, cigarros eletrônicos, pods e vapes também é totalmente proibido.
Seguindo essas orientações, o Carnaval se transforma em uma celebração segura e prazerosa para toda a família. Ao unir diversão com responsabilidade, garantimos que nossos pequenos criem memórias inesquecíveis enquanto desfrutam da folia com muita alegria e cuidado.
Alexandre Massashi Hirata
Secretário do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade de Pediatria de São Paulo