Caxumba: tratamento, sintomas e prevenção

Caxumba: tratamento, sintomas e prevenção

boys-286789_640A caxumba, também chamada de papeira ou parotidite, é uma doença viral aguda, causada pelo vírus Paramyxovirus, o qual tem o homem como reservatório. Ela é geralmente benigna, caracterizada por febre e aumento de volume de uma ou mais glândulas salivares, geralmente a glândula parótida, e acomete mais frequentemente crianças em idade escolar e adolescentes.

A caxumba é uma doença que ocorre no mundo todo, aparecendo sob a forma endêmica ou surtos, geralmente no inverno e na primavera.

Como acontece a transmissão?
A transmissão acontece pela saliva e por gotículas de saliva contaminadas com o vírus que ficam em suspensão no ar, por isso deve-se evitar compartilhar talheres, pratos, copos ou respirar muito perto de quem está com caxumba.

Seus primeiros sintomas são febre, calafrios, dores de cabeça, musculares e ao mastigar ou engolir, além de fraqueza. Uma das principais características da doença é o aumento (inchaço) das glândulas salivares, próximo as orelhas, cerca de um dia após o início do quadro. O inchaço pode acometer um lado só ou os dois ao mesmo tempo e tem como característica elevar o lobo da orelha.

Os gânglios do pescoço em geral também aumentam de tamanho e a pessoa tem dor nesta região, principalmente para mastigar. Isso ocorre porque a parótida está inflamada e dói quando tem que produzir saliva. Assim, alimentos ácidos, que provocam muita salivação, são contraindicados para quem está com caxumba, pois vão causar mais desconforto.

Raramente a caxumba pode evoluir para quadros graves, causando surdez, meningite, pancreatite e neurite. Além disso, é possível que ocorra também inflamação e inchaço doloroso dos testículos (orquite) ou dos ovários (ooforite), mas dificilmente leva à esterilidade. Por isso, é importante ter acompanhamento médico.

Qual o tratamento?
Não há tratamento específico para caxumba. O mais importante é uma boa alimentação, hidratação e principalmente repouso. Além disso, a pessoa doente deve ficar em casa e evitar o contato com outros durante nove dias após o início da doença.

Como se prevenir e quais são as vacinas?
A prevenção é feita através da higiene de objetos contaminados como brinquedos, talheres, etc.; além do isolamento do doente e, principalmente, através da vacinação.

Existem duas vacinas disponíveis no Brasil: uma que vem junto com a do sarampo e subéola (SCR ou MMR), chamada de tríplice viral, que pode ser encontrada nos postos de saúde e sua aplicação é obrigatória no Brasil. A outra, que vem junto com a do sarampo, rubéola e catapora (SCRV) é chamada de tetra viral. Ambas são eficientes e devem ser aplicadas nas crianças numa dose aos 12 meses com reforço aos 15 meses de vida.

Sendo assim, os adultos não vacinados – ou que não souberem se foram ou não vacinados – devem tomar duas doses, com intervalo de um mês entre elas. Com o tempo, a imunidade diminui, por isso a dose de reforço é muito importante.

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Relatores:
Dra. Adriana Monteiro Barros Pires
Dr. José Gabel

Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da SPSP

Publicado em 1/12/2016.
photo credit: White77 | Pixabay.com

Este blog não tem o objetivo de substituir a consulta pediátrica. Somente o médico tem condições de avaliar caso a caso e somente o médico pode orientar o tratamento e a prescrição de medicamentos.

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