Como evitar problemas respiratórios no prematuro após a alta

Como evitar problemas respiratórios no prematuro após a alta

Os recém-nascidos prematuros, em especial aqueles com menos de 34 semanas de gestação, apresentam maior risco de adquirir doenças respiratórias e precisarem de internação. Medidas de prevenção são capazes de reduzir a ocorrência e a gravidade das infecções respiratórias e devem ser seguidas por todos.

Iuliia Bondarenko | pixabay.com

Medidas de higiene pessoal e ambiental:
• Lavar as mãos antes e após cuidar do bebê
• Evitar contato do recém-nascido com pessoas doentes
• Evitar lugares com aglomeração de pessoas
• Não compartilhar itens de uso pessoal (talheres, pratos, copos)
• Aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses de vida reduz substancialmente a ocorrência de doenças respiratórias
• Evitar a exposição domiciliar à fumaça de cigarro, que resulta em maior ocorrência de infecções respiratórias, consultas médicas e internações

Vacinas em dia

Vacina contra influenza – deve ser aplicada a partir de seis meses de vida, no outono, antes do início da circulação do vírus. Vacinar a gestante, pois a transferência de anticorpos da mãe para o feto confere proteção aos bebês menores de seis meses de vida que ainda não podem receber a vacina.

Vacina antipneumocócica conjugada – está indicada para todos os prematuros a partir de dois meses de idade, no esquema de três doses, com intervalo de dois meses entre elas e um posterior reforço aos 15 meses de idade.

Vacina contra tuberculose (BCG) – a vacina intradérmica (BCG-ID) é indicada em recém-nascidos com peso superior a 2.000 gramas desde o nascimento.

Prevenção da infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR)

O VSR é o principal agente das infecções respiratórias agudas que acometem o trato respiratório inferior em crianças menores de um ano de idade. Apresenta uma sazonalidade definida, causando epidemias anuais nos meses do outono e inverno. A infecção em recém-nascidos prematuros apresenta maior risco de evolução grave com necessidade de internação hospitalar. Atualmente, a prevenção tem sido feita através da imunização passiva, pela administração de anticorpo monoclonal humanizado para uso intramuscular (Palivizumabe), aplicado mensalmente, durante o período do ano com alta circulação de VSR, que varia de acordo com a região geográfica no Brasil. O Sistema Único de Saúde disponibiliza as doses necessárias aos recém-nascidos com idade gestacional menor do que 29 semanas, durante o primeiro ano de vida, e nos portadores de displasia broncopulmonar até os dois anos.  Durante a sazonalidade, essas doses são aplicadas mesmo que os bebês ainda estejam internados. Já as demais vacinas devem seguir o calendário habitual, de acordo com a idade cronológica.

Pais, cuidadores e profissionais de saúde que lidam com o prematuro devem ser vacinados contra influenza, coqueluche, varicela, sarampo e rubéola, a fim de diminuir o risco de transmissão das doenças para ele.

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Relatora:
Dra. Bettina B. Duque Figueira
Departamento Científico de Neonatologia da SPSP.

Publicado em 11/09/2019