Condutas para uma convivência segura entre bebês e animais de estimação

Condutas para uma convivência segura entre bebês e animais de estimação

child-489685_640Animais de estimação, os chamados “pets”, são muito comuns nos lares brasileiros. Atualmente, cães e gatos estão presentes em mais de 50% dos lares e, em muitos casos, são tratados como “membros da família”. Muitos casais têm animais de estimação antes de terem filhos, em geral trazidos de sua vida de solteiro para a nova condição.

Assim, os pets têm livre acesso a qualquer cômodo, se alimentam na cozinha junto com os seus donos e até servem como “babás” dos bebês, como é possível ver em vídeos com milhões de visualizações na internet. Nesses casos, costumam brincar, lamber e cheirar os bebês, que ainda não têm o seu sistema imunológico completamente formado.

No entanto, a chegada do bebê modifica toda a rotina da casa, pois todos os esforços e atenção dos pais se concentram nos cuidados com a criança. Sendo assim, é preciso supervisionar e condicionar o animal corretamente, para que ele aceite melhor essa situação e passe a gostar do novo membro da família.

Ainda na maternidade, é importante levar alguns panos novos e limpos para ficarem em contato com o bebê. Depois, esses panos serão levados para casa e deixados em locais onde o pet possa relacionar com atividades agradáveis, como: debaixo da vasilha de ração, na cama ou local onde dorme, junto dos brinquedos, por exemplo. Devido ao fato de cães e gatos possuírem olfato extremamente apurado, o contato com os panos fará com que comecem a se familiarizar com o cheiro do bebê e relacionem esse cheiro com coisas boas, como comer, dormir e brincar. Além disso, deve-se evitar ao máximo mudanças na rotina do animal – passeios e brincadeiras devem continuar na mesma periodicidade, para que não ocorra ansiedade e comportamentos destrutivos ou indesejados.

Os limites também devem continuar firmes. Muitas vezes, na tentativa de “compensar” o tempo que se passa longe do pet, o dono se torna permissivo e isso não pode acontecer. O bichinho de estimação pode ficar estressado, associando a perda de espaço, carinho e atenção com a menor disponibilidade dos pais, a chegada do bebê e das visitas. É importante que o pet seja supervisionado e recompensado com um carinho ou petisco toda vez que tiver uma aproximação amigável com as visitas, dar ênfase a comportamentos mais tranquilos pode ajudá-lo a mudar de atitude. Para os cães, aulas de adestramento podem ser úteis para ajudar nesse processo.

A convivência entre pets e crianças é muito benéfica para ambos e deve ser incentivada. Porém, mesmo se tratando de um animal extremamente dócil e carinhoso, o contato entre o ele e a criança deve ser feito sempre sob supervisão para evitar acidentes graves. Fique atento!
• Uma criança nunca deve ficar sozinha em nenhum ambiente com o animal; sempre deve ter a supervisão de um adulto.
• Não permita que o focinho se aproxime do rosto do bebê.
• Não deixe o cachorro e o bebê na mesma cama ou sofá.
• Continuar a dar atenção ao pet pode ajudar a evitar que ele fique com muito ciúme.
• Lembre-se: o mais importante é a qualidade do tempo que o dono passa com seu pet. Educação, carinho e respeito fazem parte da rotina do animal em qualquer situação.

Sugestão de leitura: Crianças e Adolescentes em Segurança – Renata D. Waksman, Regina M.C. Gikas e Danilo Blank – Editora Manole, 2014.

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Relatora:
Dra. Regina Gikas

Departamento de Segurança da SPSP

Publicado em 22/08/2016.
photo credit: ThePixelman | Pixabay.com

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