Criança fica mais agressiva e isolada com excesso de videogame

A Folha de São Paulo divulgou estudo que mostra que crianças que jogam até 16 horas de videogames por dia podem estar viciadas e desenvolver comportamento mais agressivo, intolerante e de isolamento da sociedade. A pesquisa, conduzida pela BAAM (sigla em inglês para Associação Britânica de Gerenciamento da Raiva), ouviu 204 famílias do Reino Unido e apurou que 46% dos pais acham que o excesso dos jogos leva a menos cooperação em casa. Na matéria, o diretor da entidade afirma que a situação mais típica encontrada é da criança que se torna irritadiça e agressiva quando solicitada a arrumar o quarto, fazer os deveres de casa ou jantar, quando o que ela realmente quer é continuar jogando videogame. E na escola, professores se queixam de alunos com falta de concentração, sonolência, irritabilidade e dificuldades de interagir com os colegas. A continuidade do isolamento social pode levar a casos extremos em que a capacidade de empatia e cooperação com outros seres humanos chega a ser praticamente anulada. Baseado no estudo, o diretor da BAAM afirma que os pais precisam determinar a quantidade de horas que as crianças jogam e estabelecer limites.

FONTE: Folha de São Paulo, 6 de junho de 2012
http://www1.folha.uol.com.br/bbc/1101020-crianca-fica-mais-agressiva-e-isolada-com-excesso-de-videogame.shtml 
 

Comentário:
Dr. Ulysses Dória Filho
Membro do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da SPSP e membro da Diretoria de Relações Comunitárias da SPSP

O artigo chama a atenção para um problema crescente, qual seja o da presença cada vez maior dos videogames na vida das crianças e suas possíveis consequências. É fato comprovado que sua utilização influi no comportamento e rendimento escolar futuro das mesmas. A redução do tempo de uso e a escolha adequada dos jogos pelos pais seguramente são importantes, mas é difícil ponderar quanto dos distúrbios é devido ao uso destes jogos eletrônicos (presentes até nos telefones celulares) e quanto é devido a nova maneira de educar (sem nãos) e de ensinar (vá buscar).