Esse é o título da matéria da Veja, que cita uma revisão feita por dois médicos de Salvador (BA) e publicada na Revista Paulista de Pediatria. De acordo com o artigo, a revisão traz informações importantes para pais que desejam estimular seus filhos a praticarem atividade física sem provocar efeitos negativos sobre o crescimento e o desenvolvimento. A matéria cita as principais recomendações dos pesquisadores e, em resumo, afirma que é preciso muito cuidado ao permitir que pré-adolescentes façam musculação. É necessária supervisão de profissionais qualificados e os treinos devem acontecer no máximo três vezes por semana, apenas com cargas moderadas. O artigo finaliza dizendo que na ausência destas condições, o ideal é esperar pelo término da fase de crescimento dos filhos, para evitar danos aos jovens esportistas.
Fonte: Revista Veja, 23 de maio de 2012
http://veja.abril.com.br/blog/saude-chegada/saude/criancas-podem-fazer-musculacao
Comentário:
Dra. Maria Teresa Terreri
Presidente do Departamento Científico de Reumatologia da SPSP
O artigo é interessante, pois alerta e orienta em relação aos riscos da atividade física realizada por pré adolescentes de uma forma indiscriminada e não supervisionada. Ressalta-se a importância de maior risco de lesões nas regiões que estão em crescimento como cartilagem, osso e tendão.
A prática esportiva deve ser estimulada e é um fator importante para prevenção de futuro risco cardiovascular. Entretanto, existe um modismo para esportes competitivos e atividades em academia serem praticados cada vez mais precocemente. É necessária uma avaliação por especialista (educador físico, e em alguns casos ortopedista, médico esportista e cardiologista) antes dessas atividades serem iniciadas. Além disso, crianças pré-puberes ainda não têm musculatura suficientemente desenvolvida. A hipermobilidade e o desequilíbrio muscular e tendíneo também são comuns nesta faixa etária.
De uma maneira geral, a atividade física deve ser estimulada por uma hora pelo menos 3 vezes por semana, dando preferência para esportes não competitivos e exercícios de condicionamento físico aeróbico e flexibilidade. Exercícios de coordenação dos movimentos são mais adequados que musculação. O excesso (de qualquer atividade física), a orientação inadequada, mas também a falta de atividade é prejudicial à saúde.
Texto divulgado em 25/07/2012
