Dezembro Vermelho: prevenção de acidentes na infância e adolescência

Dezembro Vermelho: prevenção de acidentes na infância e adolescência

“Temos a tendência de achar que acidente é todo aquele fato inesperado e inevitável. No entanto, muitos acidentes podem ser evitados, especialmente porque algumas situações que aumentam exponencialmente o risco dessas ocorrências são conhecidas”. A declaração do coordenador de Campanhas da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), Claudio Barsanti, nos faz refletir sobre a necessidade de estarmos atentos e adotarmos medidas eficazes no sentido de proteger crianças e adolescentes.

A SPSP incluiu essa temática em seu calendário de campanhas justamente por entender que o pediatra é imprescindível no papel de alertar pais, familiares e responsáveis sobre situações de risco para bebês, crianças e adolescentes e, dessa forma, orientá-los para que possam evitar situações perigosas. “Um exemplo muito bom é a importância do adequado armazenamento de medicamentos, produtos de limpeza ou tóxicos, que devem ser guardados em locais seguros, onde a criança não tenha acesso. Assim, será possível evitar uma ingestão indevida que pode ocasionar um grave dano”, adverte Barsanti.

dezembro vermelho

A coordenadora da campanha Dezembro Vermelho: prevenção de acidentes na infância e adolescência, Tânia Zamataro, lembra que acidentes estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade na infância e adolescência no mundo. “No Brasil, os acidentes são a principal causa de morte de crianças entre 1 e 14 anos. Dados do Ministério da Saúde de 2017 (DATASUS) apontam quase 3.700 mortes nessa faixa etária e aproximadamente 115.000 internações, além de sequelas nos sobreviventes (a cada morte, quatro crianças apresentarão sequelas). Esses dados corroboram o imenso impacto econômico que esses acidentes causam ao País, além de seu efeito devastador sobre as famílias”, ressalta Tânia.

A coordenadora acrescenta ainda que o termo “lesões não intencionais”, no lugar de “acidentes”, fornece uma ideia melhor do quanto a prevenção é determinante para diminuir as ocorrências. “Acidentes de trânsito, afogamento, sufocação, queimaduras, quedas e intoxicações lideram as causas de lesões não intencionais. As intervenções preventivas são as medidas mais eficazes para evitar, ou ao menos diminuir, os riscos de lesões”, diz a pediatra, que pontua também atitudes que podem fazer toda a diferença, mesmo após a ocorrência.

Prevenção primária: Evitar a ocorrência da lesão, tornando inacessível tudo o que pode oferecer algum risco ou perigo. Exemplos: eliminar pequenas partes dos brinquedos de bebês; guardar venenos, inseticidas e outros produtos perigosos em locais seguros e altos, fora do alcance das crianças.

Prevenção secundária: Reduzir ou eliminar o perigo potencial reduz a severidade na ocorrência da lesão. Exemplos: uso de capacetes ao andar de bicicleta e patins, uso da cadeirinha e cintos de segurança em veículos.

Prevenção terciária: Após a ocorrência da lesão, buscar tratamento médico efetivo. Exemplo: levar ao pronto-socorro imediatamente para receber atendimento médico e reabilitação apropriada.