Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto – 27 de janeiro

Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto – 27 de janeiro

No dia 27 de janeiro celebra-se o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A data foi definida pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em referência à liberação dos prisioneiros remanescentes do Campo de Concentração e Extermínio Nazista Alemão de Auschwitz em 1945, pelas tropas soviéticas.

Originalmente, Auschwitz era uma instalação militar polonesa. A Alemanha nazista invadiu e ocupou a Polônia em setembro de 1939 e, em maio de 1940, transformou a instalação em prisão política. Com o tempo, o local foi ampliado (chegou a ter mais de 40 km², com 40 campos e subcampos), tornando-se o maior e mais terrível campo de extermínio do regime de Hitler. Em suas câmaras de gás, morreram 1 milhão de judeus, 75.000 civis poloneses, 15.000 prisioneiros de guerra soviéticos, 25.000 ciganos dos grupos Roma e Sinti, além de homossexuais, deficientes, comunistas, testemunhas de Jeová, adventistas e prisioneiros políticos.

 

Lembrando um pouco da história…

Homens, mulheres e crianças de toda a Europa foram mandados a Auschwitz, onde era realizada a “Endlösung der Judenfrage”, também conhecida como a ‘solução final para a questão judaica’. Ao chegar, eram divididos em dois grupos: um de homens e outro de mulheres e crianças. Aqueles considerados inaptos para o trabalho eram obrigados a tirar a roupa e entrar nos “chuveiros”, de onde não sairiam com vida: guardas do chamado “Instituto de Higiene” despejavam o poderoso gás Zyklon-B nas câmaras seladas. As paredes espessas não eram capazes de abafar os gritos daqueles que sufocavam ali dentro.

O grupo considerado apto ao trabalho era registrado, despojado de seus pertences e de sua identidade. Cada prisioneiro recebia um número, tatuado no braço esquerdo, e o famoso e infame uniforme listrado. Eram obrigados a trabalhar e viver em condições desumanas, em situação de quase completa inanição. Muitos morreram em decorrência disso; outros foram submetidos a execuções arbitrárias, torturas ou experiências “médicas” monstruosas.

Em janeiro de 1945, na iminência da chegada do exército soviético, num esforço final para eliminar as evidências das atrocidades cometidas, os alemães forçaram 60 mil detentos, acompanhados por guardas nazistas, a marchar até as cidades polonesas. Inúmeros prisioneiros morreram durante esse processo. Os que sobreviveram foram enviados em trens para campos de concentração na Alemanha.

O exército soviético entrou no campo de concentração de Auschwitz em 27 de janeiro e encontrou cerca de 7.000 detentos doentes ou enfraquecidos, montes de cadáveres empilhados, 348.000 peças de roupas masculinas, 43.000 pares de sapatos, além de inúmeras escovas de dentes, óculos, dentes de ouro e toneladas de cabelo.

O Holocausto ficou conhecido como o genocídio do povo judeu. Um dos momentos mais vergonhosos da história, não pode ser justificado apenas como resultado do devaneio de um lunático que chegou ao poder. O apoio de formadores de opinião, pensadores, autoridades eclesiásticas e doutrinadores às ideias nacionalistas/extremistas e racistas do nazismo, deu força para que o regime se estabelecesse. No livro “Mein Kampf” (Minha Luta), Adolf Hitler organizou os preceitos básicos da ideologia nazista: antissemitismo, antiliberalismo, antibolchevismo, racismo, exaltação da guerra, nacionalismo extremado.

Supõe-se que mais de 6 milhões de judeus, incluindo 1 milhão de crianças, tenham sido assassinados pelo regime nazista.

Dos ensinamentos tirados dessa época, temos que a pregação do nacionalismo como valor fundamental de uma sociedade nunca rendeu bons frutos. Ao embasar um movimento político, transforma-se numa ideologia fechada, onde a xenofobia e a distorção de valores substituem o bom senso, colocando algo abstrato como pátria muito acima dos interesses de seus cidadãos. Abre-se um campo fértil para que o nacionalismo extremado justifique quase qualquer coisa, como racismo, antiliberalismo, exaltação à guerra…

E a história tende a se repetir!

Relatora:

Tania Zamataro
Presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da SPSP
Coordenadora do Blog Pediatra Orienta da SPSP