Dia Mundial da Prematuridade

Dia Mundial da Prematuridade

Em 17 de novembro é celebrado o Dia Mundial da Prematuridade, como um alerta para esse problema global que atinge 15 milhões de crianças.

A pesquisa Nascer no Brasil, realizada em 2012 pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ) e publicada em 2014, revelou que a taxa de prematuridade brasileira é de 11,5%. Desses prematuros, 74% são tardios (34-36 semanas gestacionais), o equivalente a quase duas vezes a taxa observada em países europeus. Em São Paulo, segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), em 2016 a taxa de prematuridade foi de 10,6%.

As causas mais frequentes da prematuridade são: trabalho de parto prematuro ou ruptura da bolsa de água de forma espontânea, interrupção da gestação por causas maternas ou da criança e a cesariana iterativa (indução do parto em pacientes com cesárea anterior).

Mais de 1 milhão de crianças morrem por ano devido a complicações do parto prematuro, sendo que a principal causa de morte acontece nas primeiras 4 semanas de vida e a segunda até a idade de 5 anos. E muitas das crianças que sobrevivem, terão problemas de saúde muito graves, como dificuldades para andar, escutar e enxergar, de aprendizado e distúrbios de comportamento.

prematuro

A importância do aleitamento materno

Além dos avanços tecnológicos para assegurar a sobrevida dos recém–nascidos prematuros, a nutrição tem um papel fundamental para a recuperação dos bebês. As evidências apontam que o melhor alimento para nutrir os prematuros é o leite materno de suas próprias mães. A composição diferenciada do leite das mães de prematuros torna-o mais adequado às necessidades nutricionais e imunológicas dos recém-nascidos. A segunda opção é o leite de Banco de Leite Humano (BLH).

O Brasil possui a maior e mais complexa rede de BLH do mundo e, no estado de São Paulo, contamos com 58 BLHs e 42 Postos de Coleta de Leite Humano (PCLH) que, além de oferecerem suporte de apoio para a manutenção da lactação das mães, também processam o leite materno para estocagem, enquanto o bebê não tem condições de recebê-lo diretamente do seio.

É função dos bancos de leite dispor do alimento para melhor atender às necessidades dos prematuros. As atividades desenvolvidas nos BLHs não se limitam aos aspectos técnicos envolvidos desde a coleta até a distribuição do leite materno. Existe a preocupação do desenvolvimento de um trabalho de caráter educativo, buscando o estímulo do aleitamento materno como alternativa para melhoria das condições de saúde da criança.

Para que os prematuros recebam leite de sua mãe, os BLHs têm também a função de desenvolver ações de estímulo ao aleitamento materno das mães de prematuros e a manutenção da lactação dessas mães para que seus bebês recebam seu próprio leite ou seu leite pasteurizado.

Essa manutenção da lactação se inicia o quanto antes após o parto, tão logo a mãe sinta-se bem, com orientações e informações sobre o seu bebê. Além disso, as mães recebem informações sobre os cuidados com suas mamas, com massagens e ordenhas a cada 4 horas (ou 6-8 vezes/dia, inclusive à noite) e são estimuladas, especialmente, a favorecer o contato precoce e a permanência na UTI Neonatal enquanto seu bebê prematuro permanecer internado. É importante o trabalho integrado do BLH ou PCLH com a equipe da Unidade Neonatal para fortalecer o apoio e permanência dessas mães, bem como prescrever e manipular seguramente o leite que será oferecido aos prematuros.

Sabemos que muitos BLHs não conseguem manter um estoque para ajudar essas mães nos primeiros dias, então existem algumas estratégias que estimulam as doações de leite humano, como o Dia da Doação de Leite Humano (25 de maio) e Semana Mundial da Amamentação (1ª semana de agosto). A partir de 2017, também temos o AGOSTO DOURADO, mês dedicado ao aleitamento no Brasil, além do Dia Mundial da Prematuridade (17 de novembro).

Celebremos esse dia com um incentivo à doação de leite humano que, para os prematuros, é a celebração da vida!

AntoniaRusev | Pixabay

 

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Relatoras:
Dra. Maria José Guardia Mattar
Dra. Ana Maria Calaça Prigenzi
Departamento Científico de Aleitamento Materno da SPSP.

Publicado em 17/11/2017.

Este blog não tem o objetivo de substituir a consulta pediátrica. Somente o médico tem condições de avaliar caso a caso e somente o médico pode orientar o tratamento e a prescrição de medicamentos.

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