Dia 26 de junho é o Dia Mundial de Prevenção da Gravidez na Adolescência!
Muitos acham a adolescência uma fase difícil de lidar e não imaginam o que podem fazer para que mulheres não engravidem nessa fase.
A gravidez precoce, desejada ou não, tem como definição aquela que ocorre antes dos 20 anos de idade. Uma fase da vida da mulher em que mudanças físicas, psíquicas e aquisições acadêmicas definirão seu futuro.
Para a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a gravidez precoce continua sendo um dos principais fatores que contribuem para a mortalidade materna e infantil e para o ciclo de doenças e pobreza.
Os fatores de risco para gravidez na adolescência são: baixa escolaridade, menor renda familiar, abandono escolar, falta de companheiro, ausência de planos para o futuro, repetição do padrão familiar (mãe que também engravidou na adolescência), início precoce da atividade sexual, baixa autoestima, abuso de álcool e outras drogas, falta de conhecimento dos métodos contraceptivos, falta de conhecimento a respeito da sexualidade.
A prevenção da gravidez na adolescência começa com educação sexual desde pequenos, dentro da família. A família representa o primeiro núcleo de socialização do indivíduo, de busca de estratégias para resolução de problemas pessoais, financeiros e espirituais; é a primeira fonte de segurança, oferecendo críticas e cobranças que podem ter efeito positivo ou negativo ao longo da vida.
Seguem algumas dicas úteis para pais, responsáveis, professores e educadores:
Em primeiro lugar, sejam empáticos, abertos ao diálogo. Ouçam com atenção o que o adolescente está falando: deixem que ele/ela fale primeiro e observem o silêncio ou reações quando determinados assuntos aparecem.
Conversem sobre a importância do respeito com o próprio corpo, de construírem a autoimagem, de se aceitarem como são, mudando o que é possível e aceitando o que não se pode mudar, trabalhando assim a resiliência.
Estimule sempre a estudar, fazer planos para o futuro e manter a autoestima elevada.
Sejam claros, sucintos, objetivos nas perguntas e nas respostas. Não inventem, não aumentem, nem menosprezem as informações e os sentimentos.
O adolescente precisa ter direito à informação correta sobre sexualidade e acesso a métodos contraceptivos seguros e eficazes, assim como serviços de saúde confiáveis, confidenciais e acessíveis. E, junto ao médico, podem e devem saber o método de anticoncepção que mais lhes convém.
O envolvimento de pais, mães e responsáveis está ligado ao aumento do bem-estar e da autoestima de crianças e adolescentes, o que previne o consumo de álcool e outras drogas, melhora o desempenho escolar, a capacidade de socialização, diminui o risco de abandono escolar, depressão, pensamentos suicidas e gravidez na adolescência.
Exercer a sexualidade com responsabilidade pode evitar riscos de graus variáveis, como infecções sexualmente transmissíveis e a gravidez precoce. O diálogo, informação, empatia e amor são o caminho para o sucesso!
Saiba mais:
Adolescência e sexualidade: visão atual. Coordenadores: Maria Ignez Saito et al. São Paulo: Editora Atheneu, 2016 (Série Atualizações Pediátricas).
Desafios atuais para a saúde e bem-estar dos adolescentes. Editores: Elizete Prescinotti Andrade, Elisiane Elias Mendes Machado, Alexandre Massashi Hirata. 1. edição. Rio de Janeiro: Atheneu, 2024.
Relatora:
Elisiane Elias Mendes Machado
Presidente do Departamento Científico de Adolescência da Sociedade de Pediatria de São Paulo