Texto divulgado em 09/05/25
“Todas as mães se parecem, só muda o endereço”; parafraseando essa frase conhecida, parabenizo todas as mulheres que exercem essa difícil e gratificante missão: cuidar de um novo ser.
Hoje sabemos que tanto o desejo de ser mãe quanto o amor incondicional não são tão naturais quanto se pensava. A maternagem é algo que se aprende e se cultiva.
No mundo moderno, globalizado e interconectado, a mulher enfrenta desafios ainda maiores para conciliar os diversos papéis que exerce: o de mulher, o de profissional e o de mãe – cuidadora e promotora do desenvolvimento de uma nova vida. Soma-se a isso o encolhimento da família: avós, tios e primos convivem cada vez menos com o núcleo familiar, fazendo com que a responsabilidade da maternagem pese mais sobre a figura materna.
Quero homenagear todas as mulheres que escolheram “maternar” – seja gerando com o corpo, seja gerando com o coração. E faço isso por meio da figura da “mãe pediatra”, minhas colegas de profissão, com quem convivi em diferentes fases da maternagem. Vi suas angústias, preocupações, o cansaço físico e mental e, principalmente, as “separações” inevitáveis.
A primeira grande separação é a volta ao trabalho após a licença-maternidade. A tecnologia – câmeras e aplicativos – ajuda a amenizar a dor da distância e aplacar a “culpa”, enquanto oferece conforto visual e emocional. A segunda separação, muitas vezes mais dolorosa, é a ida da criança para a escola. Um paradoxo para a mãe: deseja-se a independência do filho, mas é difícil soltá-lo. Afinal, o propósito da maternagem é justamente esse – preparar os filhos para o mundo.
Parabéns a esse grupo de mulheres privilegiadas e corajosas – todas as mães.
Fernando MF Oliveira
Coordenador do Blog Pediatra Orienta da SPSP