Identificando o mau hálito

1. Como é o hálito humano normal?
O hálito humano normalmente é livre de mau odor; a existência de qualquer odor sugere uma desordem funcional. O hálito varia naturalmente, de acordo com a idade. No recém-nascido ele é adocicado, Lu (1982) no jovem e adulto neutro, e no idoso pode ser forte e desagradável.
2. O que é halitose?
Alteração do odor oral (mau cheiro vindo da boca), podendo indicar desequilíbrio local ou sistêmico. (Hine, 1957) Seu diagnóstico é de grande importância para a saúde física e psíquica do indivíduo. A etiologia e tratamento da halitose esta associada a diversas áreas: Odontologia, Medicina, Nutrição e Psicologia.
3. Então halitose é doença?
A halitose não é considerada uma doença. Os odores bucais estão relacionados ao dinamismo do próprio corpo humano, às suas reações químicas e físicas. (Freitas Neto, 1999)
É bom lembrar que a distinção dos odores é de caráter individual; o mesmo odor pode ou não agradar (Tonzetich, 1977; Costa, 1987; Neiders, 1999; Rawson, 1999; Brunette, 2002)
4. O que causa a halitose?
A halitose na faixa etária de 5 a 14 anos é decorrente da saburra lingual e da secreção nasal posterior; na faixa etária de 15 a 24 anos, a saburra lingual é a causa mais comum. (Miyazaki e col 1995)
A Sociedade Internacional para Pesquisa dos Odores da Boca preconiza a classificação da halitose em três categorias: genuína (fisiológica e patológica), pseudo-halitose e halitofobia. (Murata e col, 2002)

  • Halitose genuína fisiológica: o mau odor é causado pelos processos de putrefação na cavidade oral.
  • Halitose genuína patológica: causadas por doenças orais ou sistêmicas.
  • Pseudohalitose: o indivíduo teme ser portador do mau odor bucal, embora isso não seja uma realidade. Mas, aceita o diagnóstico do profissional.
  • Halitofobia: apesar de não haver evidencia física ou social de halitose o indivíduo continua acreditando que é portador do mau odor bucal.

O Odontopediatra tem papel fundamental no diagnóstico da halitose do adolescente, principalmente pelo seu vínculo e conhecimento do paciente desde a primeira infância, podendo perceber as alterações do hálito neste período.

Grupo de Saúde Oral da SPSP

Dra. Adriana Mazzoni – Odontopediatra             
Dra. Cláudia López- Fonoaudióloga
Dra. Cristina Zardetto – Odontopediatra            
Dra. Gislaine Giliberti – Nutricionista
Dra. Dóris Rocha Ruiz – Odontopediatra            
Dra. Maria do Carmo Bertero – Otorrino-Pediatra
Dra. Silvia Chedid       – Odontopediatra            
Dra. Renata Di Francesco – Otorrino-Pediatra
Dra. Sylvia Lavínia Ferreira- Odontopediatra

Coordenadora do Grupo:

Dra. Lúcia Coutinho – Odontopediatra

Texto retirado do Capítulo de Halitose (Manual de Odontohebiatria – Editora Santos/Grupo GEN) . Autora do capítulo: Dra Dóris Rocha Ruiz

Texto divulgado no Porta da SPSP em 16/12/2009.