Campanha Março Lilás – Atenção ao cuidado do bebê prematuro
No Brasil, nascem cerca de 340 mil prematuros por ano. A sobrevida de bebês prematuros aumenta a cada ano, com foco cada vez maior na melhor qualidade de vida. Assim, a prematuridade é uma preocupação crescente tanto para saúde pública brasileira e mundial quanto para a sociedade, os pais e as famílias.
O nascimento de um recém-nascido prematuro é quase sempre uma surpresa e junto com ele muitas questões são levantadas pelos pais:
- Meu filho terá um desenvolvimento normal?
- Irá correr, comer, falar e brincar?
- O que posso fazer para mantê-lo saudável?
- O que esperar do seu crescimento e desenvolvimento?
Você se identificou com essas dúvidas? Vamos tentar diminuir sua ansiedade com esse texto.
Afinal, quando um bebê é considerado prematuro?
Prematuro é todo recém-nascido que nasce antes de completar a idade gestacional de 37 semanas. Muitos bebês prematuros vão se desenvolver normalmente, porém alguns podem apresentar dificuldades motoras, sensoriais e de comportamento, desde atraso para se sentar, andar e falar até cegueira, surdez e paralisia cerebral. Isso vai depender do grau de prematuridade e das intercorrências pelas quais passou durante a internação, como infecção, necessidade de ventilação mecânica, além de suas condições nutricionais.
O grau da prematuridade influencia diretamente no desenvolvimento, ou seja, quanto menor a idade gestacional e o peso ao nascimento do seu bebê, mais imaturo seus órgãos, como o coração, o pulmão, o cérebro e o intestino. Assim, maior será sua dependência de cuidados especiais, mais vulnerável a agressões externas e maior o risco de alterações no desenvolvimento desta criança.
Já ouviu falar em idade corrigida?
Para avaliar o desenvolvimento de uma criança prematura, é importante considerarmos a idade corrigida.
Idade corrigida: Idade que a criança estaria se tivesse nascido de 40 semanas. Por exemplo, um prematuro de 30 semanas, após 16 semanas, estaria com idade corrigida de 6 semanas. Nesse caso, as 10 semanas que faltaram para completar a gestação são descontadas do tempo de vida do bebê. Isso significa que o seu desenvolvimento deve ser o esperado para um bebê de 6 semanas e não de 16 semanas. |
A avaliação do desenvolvimento por meio da “idade corrigida” é importante nos primeiros 2 a 3 anos de vida do prematuro para compararmos o comportamento esperado de acordo com a maturidade de seu cérebro e ajustar os estímulos adequados e as nossas expectativas em relação àquela criança.
Lembre-se! Seu bebê é único! A avaliação de seu desenvolvimento deve ser feita por um profissional capacitado, respeitando as particularidades de cada criança.
O acompanhamento regular do prematuro é fundamental para avaliações precoces, início de terapias em tempo oportuno e estímulos adequados para o melhor desenvolvimento da criança. Ele deve ser individualizado para aquele bebê e para sua família, englobando não só a consulta pediátrica, mas com fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, oftalmologia, neurologia e outras especialidades, se necessário.
Você já ouviu falar no exame neuromotor?
No primeiro ano de vida, uma atenção especial é dada à parte motora da criança, avaliando em conjunto sua movimentação, força, postura e reflexos.
O exame neuromotor é um importante indicador do desenvolvimento do seu bebê. Se estiver adequado no segundo semestre de vida, a chance de desenvolvimento motor normal na criança maior é muito grande.
O que você pode fazer para estimular o melhor desenvolvimento do seu bebê?
- Manter o acompanhamento multidisciplinar, conforme as demandas de seu filho(a).
- Manter estímulos adequados de acordo com as orientações para cada fase do bebê.
- Estimular o crescimento e desenvolvimento em um ambiente alegre, tranquilo e carinhoso.
A participação ativa dos pais influencia em todo o desenvolvimento da criança |
Lembre-se: Cada bebê se desenvolve individualmente, no seu próprio ritmo. A melhor comparação é com ele mesmo!
Informe-se em fontes seguras e converse com seu pediatra!
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Relatora:
Renata Sayuri Ansai Pereira de Castro
Departamento Científico de Neonatologia Sociedade de Pediatria de São Paulo