No dia 27 de julho se comemora o dia do Pediatra, mesma data em que foi fundada a Sociedade Brasileira de Pediatria (27 de julho de 1910).
Nós pediatras somos mais do que médicos, somos parceiros das crianças, adolescentes e suas famílias.
Orientamos e acompanhamos todos os aspectos da saúde – alimentação, vacinas, desenvolvimento, comportamento, prevenção de agravos e de doenças e tratamento de tudo, quando se faz necessário.
A nossa relação com as famílias sempre é pautada na confiança, respeito e transparência.
A saúde das crianças e adolescentes merece muita atenção e cuidados, e nós temos um papel fundamental nessa prevenção, manutenção e detecção precoce de agravos.
Acreditamos que não somos nós que escolhemos a Pediatria, mas sim a Pediatra é que nos escolhe!
Assim como não é fácil ser mãe ou pai, por mais natural que possa parecer, é complicado ser criança ou adolescente, por mais divertido que possa parecer e é trabalhoso ser Pediatra, por mais simples que possa parecer.
Não falamos só sobre o estudo e a necessidade constante de atualização – que deve existir em toda e qualquer profissão- estamos sempre lendo, aprendendo, orientando, pesquisando e nos atualizando!
Em novembro de 2015, o CREMESP, em parceria com o CFM publicou um estudo (Demografia Médica no Brasil – 2015), coordenado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP mostrando algumas das características estatísticas da distribuição de médicos pelo Brasil.
Esse material mostrou que em novembro de 2015 contamos com 432.870 médicos, sendo 34.637 pediatras no Brasil (28,3% são do sexo masculino e 71,7% do feminino).
Todos têm que entender que não somos onipresentes, oniscientes e onipotentes (apesar de em algumas situações nós mesmos nos julgarmos dessa forma, mas logo recebemos um tremendo choque de realidade que nos recoloca no “nosso devido lugar” de seres humanos, o que já é muito).
Muitas são as dificuldades que encontramos para o adequado exercício da profissão (condições de trabalho, materiais escassos, falta de funcionários, tempo para atendimento da consulta, remuneração), além da influência no menor tempo de convívio com nossas famílias.
Nosso tempo fica dividido entre o trabalho (em consultórios, ambulatórios, hospitais, prontos-socorros, berçários, faculdade como aluno ou compartilhando seu conhecimento), acolhendo os anseios e as dúvidas de pacientes e familiares também pelo telefone, e-mails, sites, facebook e outras mídias (rádio, TV, jornais, revistas).
Até porque, todo profissional, da área de saúde ou não, dedicado, comprometido com seu trabalho também passa por isso, de uma forma ou de outra, alguns mais outros menos, mas todos com a mesma importância e relevância.
Como explicar então o que é ser pediatra?
Como contar pra vocês a felicidade que sentimos a cada vez que uma nova família nos procura, entregando seu bem mais precioso para nossos cuidados e sob nossa responsabilidade?
Como justificar a satisfação quando podemos fazer alguma diferença na vida daquela criança e daquela família, apenas compartilhando nossa informação adquirida durante nossa formação e nossa vida profissional?
Como explicar a emoção de nos sentirmos quase como um porto seguro onde as famílias podem chegar cheias de dúvidas, inseguranças e saírem mais tranquilas, confiantes e preparadas para seguir em frente?
Esperamos que fique claro que se não existissem vocês não teria porque nós existirmos e que nos alimentamos dessa troca, respiramos essa esperança e vivemos dessa confiança!
E esperamos poder fazer dessa, e das gerações que estão por vir, de crianças que vão viver 100 anos com saúde, dignidade e cidadania.
Moises Chencinski
Renata D Waksman
Coordenadores do Blog da SPSP