Olhos: cuide bem de um bem precioso

Olhos: cuide bem de um bem precioso

medium_1799039821Hoje existe uma subespecialidade pediátrica que é chamada de Oftalmopediatria e o oculista que se especializou em problemas oculares da infância é o oftalmopediatra.

Os olhos no começo da vida

Todo recém-nascido precisa de uma consulta com o oftalmopediatra?
Depende.
Sem dúvida, todo prematuro (peso ao nascer menor que 1500gr e/ou idade gestacional menor que 32 semanas), sim. Os outros recém-nascidos são examinados por neonatologista que têm um treino específico para esse fim. É ele quem encaminha ao oftalmopediatra, os casos suspeitos de infecções, trauma, glaucoma, defeito congênito, reflexo vermelho anormal. Isso permite um tratamento precoce e eficaz.

O próprio pediatra, em suas consultas de rotina, deve orientar os pais a perceber sinais suspeitos como a falta de interesse da criança em seguir objetos. Além disso, em crianças maiores, deve fazer, no consultório, teste de visão com as tabelas de Snellen com os E em posição diferentes.

O pediatra deve também orientar a família, quanto aos sinais de alerta para consulta imediata ao oftalmopediatra:

  • olhos e/ou bordas das pálpebras sempre vermelhos;
  • lacrimejamento constante;
  • apertar os olhos para ver melhor;
  • olho torto;
  • aproximar demais para assistir televisão ou ler livro;
  • desinteresse pela leitura e outras atividades que requerem boa visão;
  • pulila branca/”menina dos olhos” deformada.

Observação: geralmente, dor de cabeça de repetição em criança saudável, não é problema ocular.

De rotina, qual é uma boa idade para a criança ser examinada pelo oftalmopediatra?
Aos 3 anos.

Qual é o objetivo do exame mesmo se a criança parece normal?
Esse exame visa detectar pequenos, mas importantes defeitos oculares como estrabismo (“olho torto”) ou anisometropia. Anisometropia é quando a criança tem uma diminuição da acuidade visual, mas ela é muito diferente em cada olho; a criança tende a usar o olho melhor; o outro fica o “olho preguiçoso” – vai perdendo sua função e pode chegar a cegar (ambliopia). Tudo isso pode ser evitado com medidas tomadas a tempo.

Quando a criança não coopera e não sabe ler, como o oftalmopediatra faz o exame?
O exame oftalmológico é objetivo. Não é necessário que a criança fale ou leia para se saber o quanto ela enxerga. Calculamos o grau de óculos independente da informação da criança através de auto-refratores computadorizados ou com lentes soltas. Nos casos em que se quer “medir a visão” ou confirmar algum déficit visual, podemos lançar mão de testes como o Teller ou testes eletrofisiológicos.

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Relator:
Dr. Jayme Murahovschi
Membro da Diretoria da Sociedade de Pediatria de São Paulo (2007-2009).

Publicado no site da SPSP em 01/07/2009.
photo credit: notsogoodphotography via photopin cc

Este blog não tem o objetivo de substituir a consulta pediátrica. Somente o médico tem condições de avaliar caso a caso e somente o médico pode orientar o tratamento e a prescrição de medicamentos.

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