Lucia Fontes
Assessoria de Imprensa da Sociedade de Pediatria de São Paulo
A edição de junho da Revista Paulista de Pediatria destaca o artigo de autoria de Carolina Santos Mello e colaboradores sobre o consumo de fibra alimentar por crianças e adolescentes com constipação crônica, a influência da mãe (ou cuidadora) e a relação com o excesso de peso.
O momento é de grande preocupação com a elevada prevalência de obesidade em todas as faixas etárias – principalmente na infância e adolescência – tanto por parte dos profissionais e pesquisadores da área da saúde como da sociedade em geral. Associado a isso, tem havido uma maior busca quanto ao conhecimento de práticas alimentares saudáveis, inclusive relacionadas à prevenção e tratamento da constipação crônica funcional, problema que afeta uma fatia importante da sociedade também em todas as idades. Nesse contexto, o estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), teve por objetivo avaliar a influência da mãe (ou cuidadora) sobre o consumo de fibra alimentar por crianças e adolescentes com constipação crônica e sua relação com a ocorrência de excesso de peso.
Os resultados caracterizam a alimentação pobre em fibra alimentar como fator de risco para o desenvolvimento da constipação intestinal. Além disso, a associação entre baixa ingestão de alimentos fontes de fibras, como as frutas, legumes e verduras e cereais integrais, em detrimento ao consumo excessivo de carboidratos refinados e gorduras saturadas e trans, são fatores envolvidos na instalação e perpetuação da obesidade. O estudo também destaca o importante papel da família na formação do hábito alimentar infantil.
De acordo com os pesquisadores, o estudo é importante, pois trata de um assunto presente em nosso dia a dia. “Ele reforça a necessidade quanto à aquisição de hábitos alimentares adequados no sentido de prevenir e auxiliar no tratamento da constipação intestinal e excesso de peso, uma vez que demonstrou a estreita relação entre o consumo insuficiente de fibra alimentar com esses dois problemas” afirma Carolina Santos Mello, uma das autoras do artigo e também mestre pelo Programa de Pós-graduação em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria e nutricionista da Disciplina de Gastroenterologia Pediátrica da Unifesp.
Carolina ressalta que ainda não há no Brasil políticas públicas voltadas à prevenção do excesso de peso. “Atualmente, algumas medidas estão sendo tomadas no sentido de prevenir a ocorrência de obesidade infantil em escolares, a principal trata-se da melhoria na qualidade da alimentação ofertada nas cantinas. No entanto, essa prática ainda é pouco difundida”, explica a nutricionista. “Assim, a implementação de políticas públicas voltadas a ações educativas que possam envolver a adoção de hábitos alimentares saudáveis associados à prática de atividade física é de extrema importância ainda na infância, de forma a evitar o aumento da ocorrência de doenças crônicas não-transmissíveis na idade adulta” observa Carolina.
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Texto divulgado em 19/08/2010.