Retrospectiva Momento Saúde: colocando o bebê para dormir

Retrospectiva Momento Saúde: colocando o bebê para dormir

Apresentamos – nesta época de férias – uma retrospectiva de todos os artigos publicados em nossa coluna Momento Saúde, criada em 2017 pela equipe do blog Pediatra Orienta para que você possa ter informações rápidas sobre um determinado tema de relevância para a saúde das crianças e adolescentes, com textos curtos e de linguagem simples.

Republicando sobre:
Segurança na hora de colocar o bebê para dormir

 

Dormir de barriga para cima é mais seguro

A posição mais segura para colocar o bebê para dormir, tanto nos cochilos durante o dia, quanto no sono da noite, é a de barriga para cima, até completar um ano de vida.

Nessa posição a criança tem menor risco de aspiração (em caso de regurgitação ou vômito) e engasgo, pois a anatomia da via aérea do bebê e o reflexo da tosse (reflexo faríngeo), que é a contração da parte de trás da garganta, vão impedir que isto aconteça.

As posições de bruços e de lado são perigosas para o bebê pequeno dormir, pois podem atrapalhar o fluxo de ar e sua respiração. Dormir de lado favorece o bebê virar de bruços, por isso essa posição também é desaconselhada.

Estudos mostram que colocar o bebê de barriga para cima para dormir pode reduzir significativamente o risco de morte súbita: nos anos 1990, campanhas internacionais – nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Inglaterra – de orientação para os pais sobre a posição mais segura para os bebês dormirem conseguiram reduzir esses índices em 50%, especialmente entre os 2° e 4° meses de vida.

Dormir de barriga para cima x morte súbita

Dormir de barriga para cima está entre os fatores que comprovadamente protegem da morte súbita.

Existem várias hipóteses para a ocorrência da morte súbita. A posição de bruços poderia aumentar a possibilidade de o bebê inspirar o ar que exalou, levando ao acúmulo de gás carbônico e níveis baixos de oxigênio. Nessa posição, poderia haver obstrução das vias aéreas superiores ou interferência, com a dissipação do calor pelo corpo do bebê, podendo levar a superaquecimento. O fato é que seu mecanismo é desconhecido e nada ainda pode ser confirmado.

Estudos afirmam que colocar o bebê para dormir de barriga para cima reduz a possibilidade de morte súbita, daí essa posição ser aconselhada em detrimento das outras (de lado ou de bruços).

Além de dormir de barriga para cima, outros cuidados podem prevenir a morte súbita:
• Aleitamento até quando possível.
• Evidências recentes sugerem que vacinas podem ter efeito protetor.
• Não fumar perto do bebê.
• Manter ambientes livres de fumaça.
• Evitar o aquecimento exagerado – não agasalhar demais o bebê na hora de dormir.
• Não deixar o ambiente muito quente.
• Dormir no quarto com os pais, ao lado da cama, mas nunca nela, pois ao rolar sobre o bebê ou cobrir sua cabeça aumenta-se o risco de morte súbita, asfixia e sufocação.
• Um assunto ainda não definido se refere ao uso da chupeta ser protetor de morte súbita – mas deve-se considerar oferecê-la assim que a amamentação estiver bem estabelecida.
• E, claro! Dormir de barriga para cima.

Segurança no berço

O berço deve ter superfície firme de apoio e nada mais deve estar nele, como brinquedos, travesseiros e almofadas, pois podem sufocar o bebê durante o sono. O bebê pode estar enrolado numa manta do tórax para baixo, sempre deitado de barriga para cima.

Alguns cuidados na hora da escolha do berço deixarão a hora do sono mais confortável e segura:
• Estrado: de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, é melhor que o estrado seja uma placa inteira.
• Grades: a distância entre as grades precisa ser de, no máximo, 6 cm para evitar que a criança passe o ombro, mãos ou pés nos vãos. A altura das laterais deve ser medida desde a base de cima do colchão e ter, no mínimo, 60 centímetros. Se as grades forem móveis, devem possuir sistema de travamento.
• Pintura: deve ser feita com tinta atóxica.
• As bordas e partes salientes devem ser arredondadas.
• Colchão: o colchão ideal para bebês deve ter densidade de 18 (D18). O vão entre a lateral do móvel e o colchão não pode ser maior que 2,5cm.

Compartilhando o quarto com os pais

A orientação é que os bebês durmam em seu próprio berço e nunca na cama dos pais. O colchão deve ser firme e bem adaptado ao berço, pois se for mole, o bebê pode afundar o rosto, prejudicando a respiração.

O ideal é que o bebê fique no quarto com os pais até os seis meses de idade – principalmente à noite – o que pode facilitar o socorro caso algo aconteça, mas durante o dia deve circular pela casa e dormir em seu quarto por alguns períodos, para que vá se ambientando. Se preferir, pode optar por berços móveis para transportar o bebê pela casa, deixando-o sempre por perto.

Não é necessário cobrir o bebê, o ideal é vestir nele roupas adequadas para o clima para que fique aquecido. No entanto, se mesmo assim os pais optarem por cobrir o bebê, devem prender o lençol ou o cobertor no colchão, pois assim não há risco de o rosto do bebê ficar coberto e deixar sempre a cabeça, ombros e braços da criança para fora da coberta.

É importante não dividir o berço. Se tiver mais de um filho, mantenha cada um em seu próprio berço.

Para fazer a mudança para o quarto do bebê, aproveite a fase quando ele passar a dormir mais à noite e com sono mais estável – se acontecer antes de completar seis meses já pode ir para seu quarto. Ao colocar a criança para dormir no próprio quarto, use sempre a babá eletrônica para monitorar.

Nota: todas as medidas citadas, salvo indicação contrária, são para bebês de até um ano. Fale sempre com seu pediatra e, se o bebê ainda não nasceu, agendem consulta para ter essas e muitas outras informações importantes.

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Relatora:
Dra. Renata Waksman

Coordenação do Blog Pediatra Orienta

Republicado em 16/01/2019.

Este blog não tem o objetivo de substituir a consulta pediátrica. Somente o médico tem condições de avaliar caso a caso e somente o médico pode orientar o tratamento e a prescrição de medicamentos.

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