Revista Paulista de Pediatria: Qualidade de vida de adolescentes

Lucia Fontes
Assessoria de Imprensa da Sociedade de Pediatria de São Paulo

Um dos destaques da Revista Paulista de Pediatria de março de 2010 é o artigo de autoria de Alex Pinheiro Gordia e colaboradores sobre variáveis comportamentais e sociodemográficas associadas ao domínio psicológico da qualidade de vida de adolescentes.

Em virtude da preocupação crescente com a saúde e o bem-estar da população, observa-se um aumento marcante no interesse pela qualidade de vida, tanto no meio acadêmico e pelos profissionais da área da saúde, quanto na vida cotidiana, nos comerciais de televisão, em outdoors e nas conversas entre amigos. Nesse contexto, o estudo, realizado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), teve por objetivo identificar variáveis comportamentais e sociodemográficas associadas a aspectos psicológicos da qualidade de vida entre adolescentes, bem como grupos em risco para apresentar percepção negativa do domínio psicológico da qualidade de vida. Os resultados indicaram vulnerabilidade de aspectos psicológicos dos adolescentes investigados, evidenciando a necessidade de atuação dos diversos profissionais da área da saúde visando à melhoria desses aspectos, principalmente em relação a sentimentos positivos e negativos, pensar, aprender, memória e concentração, auto-estima, imagem corporal e aparência, espiritualidade, religião e crenças pessoais.

De acordo com os pesquisadores, o estudo contribuiu para o avanço do conhecimento sobre o domínio psicológico da qualidade de vida de adolescentes brasileiros, bem como apresentou resultados relevantes em relação às variáveis comportamentais e sociodemográficas determinantes desse domínio. Os resultados permitem concluir que os principais subgrupos de adolescentes em risco para apresentar percepção negativa do domínio psicológico da qualidade de vida são os menos ativos, prováveis dependentes de bebidas alcoólicas, com excesso de peso, as moças e os estudantes do primeiro ano do ensino médio, observa Alex Pinheiro Gordia, um dos autores do artigo e também mestre em Educação Física pela UFPR e professor do Curso de Licenciatura em Educação Física do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Com base em nossos achados e considerando recomendações da Organização Mundial da Saúde, algumas políticas públicas que visem melhorar as condições de vida desta população podem ser desenhadas dentro do próprio ambiente escolar, por se tratar de um meio propício para intervenções, comenta Gordia. O autor sugere algumas possibilidades de trabalhos para a modificação de hábitos, promoção da saúde e consequente melhoria da qualidade de vida de adolescentes: incentivo à atividade física e alimentação saudável, diminuição do consumo de álcool e do Índice de Massa Corporal (IMC) e palestras informativas sobre os riscos do consumo de bebidas alcoólicas e da obesidade.

Os pesquisadores acreditam que o estudo pode servir como dispositivo para a mobilização do governo e da sociedade em torno de uma política de efetivação do movimento escolas promotoras da saúde como forma de atuar na melhoria da qualidade de vida da população.

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Texto divulgado em 28/06/2010.