Teste do pezinho para identificar bebês portadores de fibrose cística chega a São Paulo

Desde 6 de fevereiro de 2010 as maternidades públicas e privadas do Estado de São Paulo passaram a realizar, no teste do pezinho, um exame de triagem para o diagnóstico de fibrose cística.

O que é Fibrose cística (FC)?
Embora pouco conhecido do público é uma doença grave que se não for bem cuidada vai piorando progressivamente. Os principais problemas são de caráter nutricional e respiratório. A doença é incurável, mas seu controle adequado pode melhorar muito a longevidade e a qualidade de vida.

Como reconhecê-la pelos sintomas?
Na maioria dos casos os sintomas aparecem logo nos primeiros meses de vida, mas há casos com manifestações mais tardias.

O que chama atenção:

  • fezes volumosas, oleosas, mal cheirosas
  • dificuldade para ganhar peso
  • desnutrição embora tenha bom apetite
  • tosse crônica, bronquite e pneumonia de repetição
  • quando se beija a criança, nota-se que o suor é muito salgado

Como se faz o diagnóstico definitivo?
Pela prova do suor (dosagem de cloro no suor)

Qual a vantagem do teste do pezinho?
Ele possibilita o diagnóstico precoce permitindo tomar as medidas adequadas no aspecto nutricional e respiratório que permitem aumento da sobrevida com melhoria da qualidade de vida.

O teste pezinho deu positivo para FC: como interpretá-lo?
1º) recém-nascido é convocado para repetir o teste, dentro de no máximo 30 dias.

Quer dizer que o teste do pezinho pode falhar?
Sim, em mais de 80% dos casos pode ser um falso-positivo; os pais podem ficar tranqüilos até a realização da contra-prova (2º teste do pezinho).

2º) Se o 2º exame for também positivo, o bebê será encaminhado para fazer a prova do suor.

Vale a pena fazer um teste que é falho em mais de 80% dos casos?
Sim, o susto é um preço a pagar, para os verdadeiros casos de FC que vão ser diagnosticados muito precocemente.

E convém fazer o diagnóstico precoce numa doença incurável?
Sim, ele possibilita um tratamento adequado e um acompanhamento especializado, adotando-se as medidas para cada fase da evolução da doença o que melhora muito a saúde da criança e, portanto, sua qualidade de vida no presente e no futuro, o que vale para a criança e para toda a família.

Relatora: Fabíola Villac Adde – Membro do Departamento de Pneumologia da SPSP; Médica Assistente da Unidade de Pneumologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, São Paulo, SP.

Texto divulgado em 15/03/2010.