A DII é um processo inflamatório crônico do TGI, com períodos de exacerbação e remissão. Nota-se um número crescente de diagnósticos, alertando ao pediatra a necessidade de suspeitar desta patologia, que costuma ser mais grave nas crianças. Este relato justifica-se pela importância do diagnóstico da doença de Crohn, a fim de iniciar tratamento precoce e diminuir a morbimortalidade.
G.B.C., 14 anos, masculino. Admitido com dor abdominal, retal e constipação há um mês. Evoluiu com hiporexia, perda ponderal e hematoquezia. Se apresentava em REG, desidratado, pálido, abdome distendido e doloroso, com fissuras anal e botão hemorroidário. Devido a enterorragia, dor e piora clinica, indicado laparotomia exploradora (LE), que descartou perfuração ou isquemia. Transferido para UTI e iniciado uso de NPP e medidas de suporte. Permaneceu com episódios de enterorragia e necessidade de transfusões, sem sangramento na EDA. Submetido a nova LE por piora da dor abdominal que evidenciou sangramento, múltiplas úlceras, pseudopólipos e coágulos em cólon, optado por colectomia total. Anatomopatológico com reação inflamatória crônica transmural em surto agudo ulcerativo. Realizado o diagnóstico de Doença de Crohn. Transferido para enfermaria onde progrediu dieta e foi de alta com seguimento ambulatorial.
A DII possuem etiologia multifatorial, com associação genética. As manifestações clínicas incluem dor abdominal, diarreia, perda ponderal, hematoquezia, inapetência, febre, entre outras. O diagnóstico é o somatório do quadro clínico, exames laboratoriais e biópsia. O tratamento varia de acordo com o quadro clínico, com foco na modificação da história natural da doença, e consequente melhora da qualidade de vida.
Concluímos que as DII devem ser incluídas no diagnóstico diferencial dentro dos casos de abdome agudo no PSI, visando instituir tratamento direcionado e reduzir a morbimortalidade.
Sociedade de Pediatria de São Paulo
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