ANÁLISE DE INTERNAÇÕES POR DENGUE EM CRIANÇAS DE 1 A 14 ANOS NOS PERÍODOS PRÉ E INTRA-PANDEMIA DE COVID-19 NA REGIÃO CENTRO-OESTE DO BRASIL

INTRODUÇÃO: A dengue é uma arbovirose cuja mortalidade em crianças pode atingir até 10% dos acometidos no Brasil. Embora a doença seja considerada um problema de saúde coletiva, observou-se uma ausência de estudos que comparassem o número de internações pediátricas pela doença entre os períodos pré e intra-pandêmico na região Centro-Oeste. OBJETIVO: Analisar as internações por dengue em crianças de 1 a 14 anos no Centro-Oeste brasileiro entre os períodos pré (2017-2019) e intra-pandemia de Covid-19 (2020-2022). MÉTODO: Trata-se de um estudo ecológico de série temporal acerca do número de internações por dengue em crianças de 1 a 14 anos, na região Centro-Oeste brasileira, entre os períodos pré e intra-pandemia de Covid-19. Os dados foram coletados em janeiro de 2024 e obtidos via Departamento de Informática do SUS (DATASUS), valendo-se do TabNet para seleção e do software Microsoft Excel para tabulação das informações. O recorte populacional foi o de crianças de um a quatorze anos, internadas por dengue no Centro-Oeste brasileiro. Foram definidos dois períodos: intra-pandêmico (2020-2022) e pré-pandêmico (2017-2019). Os dados foram analisados com estatística descritiva. RESULTADOS: Houve um aumento de 63,10% no número de internações por dengue em crianças de 1 a 14 anos entre os períodos pré (2743 hospitalizações) e intra-pandêmico (4474 internações) no Centro-Oeste. A unidade federativa com maior número de internações foi o Distrito Federal, com um aumento de 229,66% entre os dois intervalos (MT: 195,48%, MS: 30,60%, GO: 1,54%). A faixa etária com mais hospitalizações foi de 10-14 anos (39,56%) no pré-pandêmico e de 5-9 anos (45,24%) no intra-pandêmico. CONCLUSÃO: Houve um aumento considerável no número de casos com internação hospitalar, por dengue, no grupo estudado. Assim, a análise quantitativa realizada alerta quanto à necessidade de políticas preventivas, no Centro-Oeste brasileiro, principalmente para o público infantil, visto que este grupo populacional foi sobremaneira afetado.