INTRODUÇÃO
A anemia falciforme é uma das doenças hereditárias mais comuns no Brasil e no mundo, com prevalência alta na população afrodescendente. Em 2023, passou a fazer parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública representando um avanço importante no planejamento e execução de medidas efetivas de saúde pública.
OBJETIVO
Avaliar o perfil epidemiológico dos óbitos por anemia falciforme na faixa etária pediátrica no Brasil.
MÉTODOS
Estudo ecológico, retrospectivo, descritivo, com dados obtidos a partir Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), através da plataforma do DATASUS, referentes ao período de 2002-2022.
RESULTADOS
No período analisado, de um total de 8.402 óbitos por anemia falciforme, houve 2.573 óbitos (30,6%) confirmados na faixa etária de 0 a 19 anos no Brasil. A região com maior incidência foi a região Nordeste (1.057), seguida do Sudeste (963), Centro-Oeste (254), Norte (223) e Sul (76). A Bahia foi o estado com maior incidência de óbitos, totalizando 443, seguido de Minas Gerais (322) e São Paulo (311). Na análise por faixa etária, houve predominância entre 15 a 19 anos (784), seguidos por 1 a 4 anos (674), 5 a 9 anos (480), 10 a 14 anos (411) e menores de 1 ano, com 224 óbitos. O sexo masculino representou 54% dos óbitos. Quanto à raça, pardos representaram 56,7% dos óbitos, seguido de 17,7% brancos, 16,8% pretos, 0,3% indígenas e 0,27% amarelos.
CONCLUSÃO
Com base nos dados disponíveis é possível concluir que há predominância de óbitos por doença falciforme na faixa etária pediátrica em adolescentes entre 15 a 19 anos, pardos, majoritariamente na região Nordeste, sendo a Bahia o estado mais acometido. Diante disso, a idade precoce dos óbitos, predominância por região e raça com expressiva mortalidade na faixa etária pediátrica, associado aos conhecidos e historicamente negligenciados fatores socioculturais, demonstram a importância de políticas públicas focadas nessa população.