INTRODUÇÃO: O Programa Nacional de Imunização (PNI) brasileiro é uma referência mundial no controle das doenças imunopreveníveis, de modo que em 2016 o país recebeu o certificado da erradicação do sarampo. No entanto, segundo dados atuais, o Brasil está classificado como pendente de verificação para sarampo, o que significa que houve interrupção da transmissão endêmica do vírus, mas os dados ainda não são suficientes para verificá-lo novamente como livre do sarampo. OBJETIVO: Conhecer o perfil epidemiológico dos casos de sarampo e apresentar a cobertura vacinal no Brasil entre 2019 e 2023. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, com análise quantitativa, resultante de dados secundários do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), abrangência nacional, cuja faixa etária foi limitada até 14 anos. RESULTADOS: Contabilizaram-se 10.853 casos de sarampo no Brasil, de modo que 2019 representou o ano com maior quantitativo (70%), comparativamente em 2023 não foi registrado nenhum caso confirmado da doença, além disso, ao se considerar a faixa etária, menores que 1 ano corresponderam a maior prevalência (49%). Dentre os fatores associados, os autores destacam a queda da vacinação e a subnotificação em algumas localidades. Em relação a cobertura vacinal, encontra-se abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (<95%) em todo o período, de forma que a Região Norte apresenta as menores taxas (59,9%), enquanto que a região Sul possui a maior taxa de cobertura do país (78,5%). Nesse contexto, aspectos como a inadequada gestão dos serviços de saúde, o movimento antivacina e as fake news tornam-se importantes obstáculos na promoção da saúde infantil. CONCLUSÃO: A perpetuação de baixas coberturas vacinais e o contingente de casos de sarampo constituem um alerta para a saúde pública no Brasil, demandando políticas estratégicas efetivas para o combate à doença.