ANÁLISE SISTEMÁTICA DA SÍNDROME DE STEVEN-JOHNSON EM PACIENTES PEDIÁTRICOS

INTRODUÇÃO:

A Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) é uma condição dermatológica grave, rara na população pediátrica, mas com alta incidência de complicações. Comumente desencadeada por infecções ou efeitos adversos de medicamentos, sua gestão médica é crucial.

OBJETIVO:

O objetivo do estudo é realizar uma revisão sistemática da SSJ em crianças, identificando as principais características clínicas e as possíveis complicações do quadro.

MÉTODO:

Trata-se de uma revisão de artigos científicos em português e inglês, entre os anos de 2014 a 2023, nas bases SCIELO, NIH e Google Acadêmico. Foram utilizados os descritores “Síndrome de Steven-Johnson” e “crianças”.

RESULTADOS:

Na SSJ, o mecanismo autoimune tipo IV causa necrose extensa de queratinócitos, descolando membranas epidérmicas e mucosas, afetando < 10% da superfície corporal. Reações graves a medicamentos aumentam metabólitos oxidativos e reduzem a capacidade de desintoxicar, por fatores genéticos ou funcionais. Considera-se também o risco inerente ao medicamento, especialmente sulfonamidas, antibióticos e anti-inflamatórios não esteroides. Cerca de 20-25% dos casos são associados a infecções bacterianas e virais, especialmente Mycoplasma pneumoniae e Citomegalovírus. Clinicamente, apresenta lesões extensas na pele e, em 90% dos casos, nas mucosas oral, ocular, faríngea ou genital. Variam de máculas avermelhadas a bolhas e vesículas necróticas, com pródromos inespecíficos, como mal-estar, febre, prurido ocular e disfagia. Sequelas comuns incluem acometimento das mucosas, especialmente oculares, manifestando-se como conjuntivite, hemorragias e infecções. Complicações graves, como insuficiência renal, hepática, choque hipovolêmico e resistência à insulina podem ocorrer. A infecção bacteriana secundária predispõe a alto risco para sepse e choque séptico. O diagnóstico requer avaliação da exposição a medicamentos suspeitos e etiologia infecciosa. Em farmacodermias, o manejo envolve a retirada imediata da medicação e corticoterapia. CONCLUSÃO: A análise da SSJ em pacientes pediátricos revela sua complexidade, exigindo uma abordagem multidisciplinar para a identificação de fatores desencadeantes, quadro clínico, diagnóstico e tratamento, evitando complicações e sequelas.