Introdução: Acidente por animais peçonhentos constituem a segunda causa de intoxicação humana no Brasil. Representam problema de saúde pública pelo significativo crescimento nos últimos anos principalmente na zona urbana devido ao crescimento desordenado das cidades causando ocupação domiciliar por esses animais. As picadas acidentais por escorpião são as mais frequentes e podem evoluir com diversas sequelas e até óbito. Objetivo: Descrever a prevalência dos acidentes escorpiônicos em crianças brasileiras nos últimos 10 anos. Método: Estudo ecológico descritivo realizado mediante coleta de dados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), vinculado ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram incluídas notificações de acidente escorpiônicos em menores de 10 anos de 2013-2022 e excluídos registros com as seguintes características: ignorada, em branco ou inconclusivo. Dados analisados por faixa etária, sexo, regiões brasileiras, classificação final e evolução. Resultados: Totalizaram 104.453 registros com 50,2% dos casos entre 5-9 anos, 38,7% entre 1-4 anos e 11 % entre menores de 1 ano, evidenciando-se semelhança entre os sexos, visto 5.593 (5,3%) casos a mais no sexo masculino. Foram classificados como leves 82% dos casos, 14,2% moderados e apenas 3,9% graves. Vale destacar: 99,7% do total evoluíram para cura e os demais resultaram em óbito. Ademais, 2013 apresentou menor prevalência (6.201 casos) com crescimento de aproximadamente 57% dos casos até 2019, 2020 manteve os 14.380 casos número máximo durante o período analisado. As regiões Nordeste e Sudeste somaram 88,5% e o Sul com apenas 1.134 casos (1% do total). Conclusão: É necessário estratégias de controle e prevenção, priorizando ações de educação em saúde e manejo ambiental nas áreas de maior ocorrência. Ressalta-se que o estudo apresenta limitações pois procede de uma base de dados secundária a notificação dos profissionais envolvidos podendo haver subnotificação.