AVALIAÇÃO DO RISCO DE SUICÍDIO E AUTOMUTILAÇÃO NA EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA.

Introdução: Atualmente, o suicídio constitui uma entre as três principais causas de morte em crianças e adolescentes entre 10 e 18 anos e sua prevalência vem aumentando nos últimos anos. Até o momento, não há evidência científica para utilização, em serviços de emergência, de instrumentos de triagem/escalas para avaliação e estratificação de risco de suicídio e automutilação em crianças e adolescentes menores de 15 anos.
Objetivo: Propor modelo de avaliação e abordagem, baseada em fatores de risco, para comportamento suicida na emergência pediátrica.
Método: Revisão bibliográfica e desenho de protocolo de atendimento.
Resultado: Após revisão em literatura foram pontuados os principais fatores psíquicos de risco a serem avaliados pelo pediatra no serviço de emergência para a identificação precoce do risco de suicídio e automutilação: Os cinco maus-tratos (abuso físico, abuso moral, abuso sexual, negligência física e negligência emocional),
Transtornos psiquiátricos (humor, conduta, alimentar, imagem),
Transtornos de identidade de gênero e ou de sexualidade,
Abuso de álcool e/ou substâncias, Intoxicação exógena não acidental, Presença de cortes ou queimadoras.
Diante de um dos fatores descritos acima, identificados durante o atendimento de emergência, será investigada a presença de sentimentos/ pensamentos como: desesperança, ansiedade, preocupação excessiva, falta de propósito, sentir-se preso em situação ruim, sem alternativa e sentir-se sozinho.
Todos os pacientes para os quais for identificado algum risco devem ser alocados em leito devidamente preparado, para avaliação por equipe especializada (psiquiatria e psicologia).
Conclusão: O pediatra deve estar atento a presença de fatores de risco de comportamento suicida em todos os atendimentos de emergência. Nesse momento a utilização de escalas especializadas e extensas não é viável. O importante é a identificação precoce destes fatores e a investigação através da anamnese de fatores psíquicos. Se identificado o risco, deve-se solicitar avaliação pelo especialista.