COLESTEATOMA CONGÊNITO NO OUVIDO MÉDIO: RELATO DE CASO.

INTRODUÇÃO: Os colesteatomas são lesões benignas que causam descamação do epitélio escamoso e podem ser congênitos (1% a 5% dos casos). Podem afetar várias áreas, incluindo o mesotímpano. Os sintomas incluem perda auditiva, zumbido, paralisia facial, inflamação intracraniana e erosão da parede do canal auditivo. O diagnóstico é baseado no envolvimento do quadrante timpânico, cadeia ossicular e mastóide. O tratamento envolve cirurgia, como a timpanomastoidectomia, para remover o tecido afetado e reconstruir a orelha média, adaptando-se ao caso específico e extensão da condição.
DESCRIÇÃO DO CASO: Menina de 4 anos apresentou otalgia súbita à direita com febre em setembro de 2022. Após tratamento com antibióticos, foi diagnosticada com Otite Supurativa Crônica com Otomastoidopatia, com extensão para o interior do crânio. Apesar de tratamentos anteriores, a paciente manteve o quadro de otalgia, febre e secreção purulenta. Em relação aos antecedentes pessoais, a paciente relatou à época cirurgia de correção de fenda labiopalatina aos 2 anos e uma reação alérgica à amoxicilina. No exame físico, não havia sinais de PFP (Perfuração da Fossa Posterior), e não havia sinais clínicos de mastoidite. A otoscopia revelou uma perfuração da membrana timpânica à direita e a audiometria demonstrou perda auditiva de condução moderada. A paciente foi internada para investigação, com suspeita de Otite Média Crônica Supurativa com comunicação com a fossa posterior. Durante a internação, houve evolução com sintomas como hipoacusia, otalgia e tontura. A ressonância magnética realizada durante a investigação sugeriu a presença de colesteatoma congênito, desta forma, foi realizado uma timpanomastoidectomia e confirmado o diagnóstico de colesteatoma congênito. A paciente se recuperou bem da cirurgia e recebeu alta para acompanhamento ambulatorial em otorrinolaringologia.
DISCUSSÃO: O caso exposto representa um desafio diagnóstico, devido a baixa prevalência da doença.
CONCLUSÃO: O relato de caso é de suma importância para o reconhecimento precoce da doença.