COMPLICAÇÕES NEONATAIS DA TRANSFUSÃO FETO FETAL: UMA REVISÃO DA LITERATURA

INTRODUÇÃO: A síndrome de transfusão feto fetal (STFF) ocorre, geralmente, no segundo
semestre de 10 a 15% das gestações monocoriônicas diamnióticas. Essa complicação resulta
do desequilíbrio do fluxo sanguíneo consequente às anastomoses vasculares placentárias.
OBJETIVO: Discorrer sobre as complicações neonatais referentes à gestação gemelar
monocoriônica diamniótica com STFF.
MÉTODOS: Foi realizada busca sensível de revisões
sistemáticas na plataforma Pubmed. Foram selecionados 44 artigos através dos termos Mesh,
sendo excluídos 37 artigos. Os critérios de inclusão foram adequação ao tema e livre acesso.
A seleção dos estudos foi feita utilizando a plataforma Rayyan com os conflitos mediados por
um terceiro autor.
RESULTADOS: Segundo Yoda. H et al 2019, o quadro clássico possui
um receptor com sequestro sanguíneo com polidrâmnio, ganho de peso, cardiomegalia e
hidropsia fetal, enquanto o doador desenvolve oligodrâmnio e restrição de crescimento
intrauterino. As principais complicações associadas à STFF foram as neurológicas e
cardiovasculares. No doador, marcado pela hipovolemia cerebral, as lesões neurológicas são
secundárias à isquemia, desenvolvendo atrofia por hipóxia e ventriculomegalia, enquanto que
o receptor, devido ao aumento de volume, desenvolve lesões hemorrágicas como hemorragia
parenquimatosa ou intraventricular. Tais eventos podem levar à paralisia cerebral e atraso do
desenvolvimento. Quanto às malformações cardíacas, são mais pronunciadas no receptor, que
diante do aumento de fluxo venoso umbilical, juntamente ao aumento de substâncias
vasoativas provoca uma maior pré carga e alterações como cardiomiopatia hipertrófica,
regurgitação valvar e defeito septal ventricular. Tais malformações podem ocasionar
hipertensão pulmonar persistente e possível atresia e estenose pulmonar no período pós natal.
Nos doadores pode-se encontrar coarctação de aorta. As malformações cardíacas trazem
prejuízos funcionais e até óbito neonatal.
CONCLUSÃO: As morbidades podem estar
presentes tanto em doador quanto receptor, apresentando uma maior incidência de cardiopatia
em receptores, já alterações neurológicas foram presentes em ambos os gemelares.