CONSUMO DE PEIXE NA INFÂNCIA PODE PROTEGER DA DESATENÇÃO NOS ESCOLARES?

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos mentais mais comuns na infância associa-se ao pior rendimento acadêmico e profissional e já foi associado ao consumo de peixe durante a gestação.

Objetivo: Verificar a relação entre o consumo de peixe na dieta e presença de desatenção ou características do TDAH em crianças de 7 a 10 anos em escolas públicas.

Método: Estudo transversal com crianças de 7 a 10 anos de escolas públicas aleatórias, aplicando aos responsáveis e aos professores o questionário validado SNAP-IV (escala Swanson, Nolanand, Pelham na sua 4ª versão) segundo o Manual de Diagnostico de estatística 4ª edição (DSM – IV ) da Associação Americana de Psiquiatria, de julho de 2017 a novembro de 2018. Também foi aplicado um questionário complementar aos pais sobre hábitos alimentares das crianças desde o nascimento, além da obtenção do peso, estatura e índice de Massa corpórea (IMC) das crianças. Foram utilizadas análise de regressão logística não ajustada e ajustada e considerou-se intervalo de confiança de 95 para todas as análises, assumindo-se a significância de 5.

Resultado: Foram avaliadas 377 crianças, 66 apresentaram desatenção (17,9) e 43 (11,7), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O sexo feminino teve menor probabilidade para apresentar desatenção na idade escolar. O consumo de 50 g de peixe na dieta, ao menos uma vez na semana mostrou-se como fator protetor da desatenção na idade escolar. Crianças que consomem peixe apresentam proteção de 58 para desenvolver desatenção quando comparadas as crianças que não consomem peixe (OR =0.42, IC95 0.18-0.95).

Conclusão: O consumo de peixe ao menos uma vez na semana protegeu da desatenção na idade escolar.