Introdução: A dermatomiosite é uma miopatia inflamatória idiopática, responsável por aproximadamente 85% dos casos na infância. Apresenta uma etiologia rara, associada à degeneração muscular e lesões cutâneas, acomete mais o sexo feminino e, geralmente, com sintomas amenos em crianças.
Descrição do Caso: Criança, 10 anos, com quadro de febre associado ao aparecimento de heliótropos em mãos e articulações e nódulos de Gottron, que evoluiu com fadiga e perda de força muscular grau 1 em membros inferiores. Foram solicitados exames laboratoriais: PCR, VHS, FAN, anticorpos miosite específicos, todos com resultado negativo para Dermatomiosite. O diagnóstico foi confirmado através de biópsia muscular guiada por ressonância magnética e eletroneuromiografia. Foi iniciado prednisona 1mg/kg/dia por via oral, com boa resposta a terapia, sendo a paciente encaminhada para tratamento via ambulatorial.
Discussão: Acredita-se que a dermatomiosite ocorre devido à reação autoimune em indivíduos geneticamente suscetíveis, em resposta a infecção ou fatores ambientais. O quadro clínico pode apresentar-se com febre, perda de peso, fraqueza muscular proximal simétrica, erupção cutânea heliotrópica e facial, pápulas de Gottron, alteração capilar da prega ungueal. Ao diagnóstico, são utilizados os critérios de Bohan e Peter, e exames complementares inclui-se enzimas musculares, provas inflamatórias, autoanticorpos, eletroneuromiografia e biópsia muscular. A abordagem terapêutica constitui-se de Prednisona oral associada ao Metotrexato. A refratariedade ao tratamento e/ou aumento da gravidade do quadro podem incluir administração de Metilprednisona endovenosa ou Ciclosporina.
Conclusão: O diagnóstico precoce de dermatomiosite e início imediato de terapia adequada permitem melhorar o prognóstico e evitar complicações. É importante considerar o tipo de lesão, o grau de envolvimento muscular, a presença de sintomas sistêmicos para o tratamento correto associado à reabilitação precocemente, a fim de restabelecer e manter a força muscular.