DESSENSIBILIZAÇÃO ORAL À PROTEINA DO LEITE DE VACA EM PACIENTE COM APLV: UM RELATO DE CASO.

A ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA (APLV) IGE MEDIADA É UMA DAS CAUSAS MAIS COMUNS DE ALERGIA ALIMENTAR NA PRIMEIRA INFÂNCIA. A MAIORIA DOS PACIENTES APRESENTAM MELHORA DURANTE A IDADE ESCOLAR, ALGUNS MANTENDO A DOENÇA ATÉ A FASE ADULTA. APRESENTAMOS UM CASO DE DESSENSIBILIZAÇÃO ORAL AO LEITE DE VACA EM CRIANÇA COM APLV IGE MEDIADA GRAVE E ESOFAGITE EOSINOFÍLICA.
MENINO, 10 ANOS, DIAGNÓSTICO DE ASMA, RINITE, APLV IGE MEDIADA, ALERGIA AO OVO, ESOFAGITE EOSINOFÍLICA. APRESENTOU 3 EPISÓDIOS DE ANAFILAXIA: AO LEITE, AO OVO E AO PROBIÓTICO. REALIZADO TPO PARA OVO EM 2019, COM SUCESSO. COMO PACIENTE APRESENTANDO REAÇÕES GRAVES COM A INGESTA DE ALIMENTOS POSSUINDO TRAÇOS DE LEITE E COM PROBIÓTICO, FOI DESCARTADA A OPÇÃO DE TPO PARA LEITE DE VACA TIPO BAKED E INDICADA A DESSENSIBILIZAÇÃO ORAL APÓS A AQUISIÇÃO DE ADRENALINA AUTOINJETÁVEL E REPETIÇÃO DA EDA. EDA 2015: 80 EOS/CAMPO, EDA 2023: 3 EOS/CAMPO. EXAMES LABORATORIAIS 2023: IGE TOTAL 889, IGES ESPECIFICAS: LEITE 66, CASEÍNA 41, ALFA LACTOALBUMINA 39, BETA LACTOALBUMINA 14. PARA GARANTIR MAIOR SEGURANÇA AO PACIENTE FOI PRESCRITO OMALIZUMABE 300 MG A CADA 15 DIAS E REALIZADO PRICK TESTE TITULADO PARA LEITE DE VACA, EM QUE A ÚLTIMA CONCENTRAÇÃO QUE EVIDENCIOU POSITIVIDADE FOI 10-2. INICIADO A DESSENSIBILIZAÇÃO COM A CONCENTRAÇÃO DE 10-5, COM PROGRESSÃO GRADUAL ATÉ LEITE PURO, SEM APRESENTAR REAÇÕES DURANTE TODO O PERÍODO. PACIENTE INGERE ATUALMENTE 180 ML DE LEITE E OUTROS DERIVADOS, SEM INTERCORRÊNCIAS.
O PROCEDIMENTO DE DESSENSIBILIZAÇÃO ORAL DEVE SER REALIZADO EM AMBIENTE HOSPITALAR PREPARADO PARA O ATENDIMENTO EM CASOS DE ANAFILAXIA. É UMA OPÇÃO TERAPÊUTICA EFICAZ E DE BAIXO CUSTO QUE QUANDO REALIZADA COM SUCESSO TRAZ MAIOR SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA PARA O PACIENTE ALÉRGICO. NO CASO DESCRITO, APESAR DA ESOFAGITE EOSINOFÍLICA E ASMA, FOI POSSÍVEL REALIZAR A DESSENSIBILIZAÇÃO, POSSIBILITANDO O CONSUMO DE ALIMENTOS COM LEITE SEM REAÇÕES GRAVES.