DETECÇÃO VIRAL POR PCR EM TEMPO REAL EM CRIANÇAS COM INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS EM UM PRONTO-SOCORRO INFANTIL, DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19.

Introdução: As infecções respiratórias constituem importante causa de morbimortalidade em todo o mundo, com uma lista continuamente crescente de novos vírus respiratórios que contribuem significativamente para o impacto dessas infecções na saúde infantil, sendo o SARS-CoV-2 o mais recente deles.

Objetivos, Identificar a etiologia viral dos casos de infecção respiratória utilizando métodos moleculares e a prevalência de co-detecção viral.

Máetodos: Estudo descritivo, observacional, com crianças com idade inferior a 12 anos, que compareceram a um pronto-socorro apresentando sintomas respiratórios entre agosto de 2020 e dezembro de 2021, em Salvador-BA. Foi obtida amostra de secreção nasofaríngea por “swab” e realizados métodos de biologia molecular de identificação para vírus respiratórios (PCR multiplex “XGEN MULTI PR20 FLOW CHIP” e “XGEN MASTER COVID-19” (Mobius).

Resultados: Foram incluídos 290 participantes, com taxa de identificação viral aos testes moleculares de 54,8%, com 11,9% de co-detecção. Predominaram os Rinovírus humano (RV) (42,8%) e Vírus Sincicial Respiratório (VSR) (37,1%), seguidos pelo SARS-Cov-2 (10,8%), Bocavírus (8,2%), Parainfluenza (5%), Adenovírus (2,5%), Coronavírus 229E (1,9%), Coronavírus OC43 (1,9%), Coronavírus NL63 (1,3%), e Enterovírus (0,6%). Vírus Influenza A, sutipo H3 ou subtipo H1N1, Influenza B, Coronavírus HKU-1 ou Metapneumovírus não foram identificados na amostra.

Conclusões: Houve predominância de infecções pelo Rinovírus humano durante o segundo semestre de 2020, com mudança deste cenário nos primeiros meses de 2021, com identificação predominante do Vírus Sincicial Respiratório. Determinar o agente etiológico viral causador de uma infecção respiratória é capaz de reduzir o uso desnecessário de antibióticos, além de permitir melhor controle do risco de infecção nosocomial ou a pacientes de grupos de risco, a nível ambulatorial. É importante compreender também que a identificação viral, muitas vezes, consistirá no ponto de partida para a melhor compreensão da doença, além de registrar quais vírus circulam naquele local e momento, e seus perfis de virulência.