ENCEFALOMIELITE AGUDA DISSEMINADA: RELATO DE CASO

Introdução: a encefalomielite aguda disseminada (ADEM) é uma doença desmielinizante, com quadro multifocal. Geralmente é precedida de infecção viral, porém, muitos casos não apresentam antecedentes relevantes.

Descrição: menor do sexo masculino, 8 anos, procedente da zona rural de Inhangapi/ PA, admitido no hospital após queda e crise convulsiva, apresentando paralisia facial, disartria, convulsões e histórico de traumatismo cranioencefálico. A ressonância magnética indicou doença desmielinizante e discreta ectasia de sistema ventricular supratentorial, com índice de Evans de 0,32. Foi recomendado transferência para neuropediatria, visando confirmação diagnóstica e avaliação para imunoterapia. Após análise, foi diagnosticado com ADEM, dando início ao tratamento. O paciente mantém contato visual, não verbaliza, alterando postura de extensão para flexão após terapia. Acompanhado pela mãe, estável, com episódios de febre baixa sem foco infeccioso aparente.

Discussão: menor previamente saudável, com quadro febril há 15 dias antes do aparecimento súbito das manifestações clínicas, concorda com os dados epidemiológicos descritos na literatura acerca da ADEM, com período prodrômico de sintomas gripais e alterações neurológicas. Após suspeita, sorologia e exames do LCR devem ser feitos para investigação de causas infecciosas e inflamatórias. A criança, após hospitalização, realizou testes sorológicos que confirmaram contato com HVS I e II, e Citomegalovírus, sendo comuns em infecções com potencial para desencadear a ADEM. Além desses, exames de imagem como ressonância magnética são adequados para localizar as lesões, ao demonstrarem irregularidades na substância branca e o menor envolvimento da substância cinzenta. Neste caso, achados sugestivos da doença após encaminhamento do paciente para RM foram encontrados.

Conclusão: conseguinte, graças ao empenho da equipe pediátrica, o paciente evoluiu de maneira positiva. Foram realizadas as intervenções necessárias para que houvesse a estabilização do quadro clínico, porém, torna-se necessário o devido acompanhamento na rede pública de saúde, sendo o maior entrave atualmente para o eficaz tratamento e suporte do paciente e sua família.