INDICAÇÕES DE TRATAMENTO PARA O HEMANGIOMA INFANTIL: UMA REVISÃO NARRATIVA

INTRODUÇÃO: O hemangioma infantil (HI) é o tumor benigno mais comum da infância, com incidência em 5 a 10% dos nascimentos, majoritariamente em crianças prematuras, de ascendência caucasiana e do sexo feminino. Seu diagnóstico e manejo adequado são de grande importância na prática clínica. OBJETIVO: Realizar uma revisão de literatura destacando a evolução do hemangioma infantil e suas indicações de tratamento. MÉTODO: Uma busca na literatura foi realizada na base de dados PubMed, utilizando as palavras chaves “hemangioma”, “infantile”. Levantou-se 3005 artigos publicados, com a seleção de 46 estudos (2005-2023) relacionados à evolução e indicação de tratamento de HI. RESULTADOS: O HI é originado pela proliferação de células endoteliais imaturas e cresce rapidamente nos primeiros 9 a 12 meses de vida, resultando em vasos sanguíneos densamente empacotados e desorganizados. Manifesta-se, geralmente, de maneira solitária na pele de cabeça e pescoço como um tumor pequeno de coloração avermelhada ou azulada. Até os 7 anos de idade, sofre involução espontânea por maturação e apoptose dos vasos, com infiltração de fibroblastos e adipócitos no local. A maioria dos casos não necessita de intervenção médica, e o aconselhamento familiar sobre a história natural da lesão, junto com um acompanhamento regular da evolução, são suficientes para o manejo. No entanto, alguns casos demandam tratamento, como lesões que sangram frequentemente, ulceram, infectam ou que levam a prejuízos funcionais, principalmente quando localizadas na região periorbital ou perianal, no ouvido, ou nas vias respiratórias superiores. A escolha de primeira linha, nesses casos, baseia-se em terapia com beta bloqueadores sistêmicos, mas alternativas incluem uso de esteroides ou quimioterápicos, e terapia a laser. CONCLUSÃO: O HI representa um tumor benigno de alta incidência na infância, o manejo adequado evita abordagens invasivas e intervenções potencialmente danosas a partir do conhecimento de que a maioria dos casos não necessitam de tratamento imediato.