MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MAIS PREVALENTES EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM COVID-19 ATENDIDOS EM UNIDADES URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Introdução: Desde o surgimento do novo coronavírus, tem-se questionado a gravidade deste agente em crianças. Estudos recentes atestam o baixo risco dessa doença em infantes de vários locais do mundo. Todavia, a limitada testagem desses pacientes reduz o rastreamento precoce da enfermidade, resultando em maior hospitalização por complicações. Objetivo: Devido à carência de estudos que abordem essa temática, esse trabalho visa elucidar as manifestações clínicas de COVID-19 mais comuns em pacientes pediátricos acompanhados nos serviços de urgência e emergência em 2020 e 2021. Métodos: Foi realizada a busca de artigos publicados em 2020-2022 nas plataformas Biblioteca Virtual em Saúde e PubMed, com os descritores: Pediatric Emergency Medicine, COVID-19, Child e Coronavirus Infection. Incluiu-se artigos de revisão sistemática e de estudos quantitativos, nos idiomas português, inglês e espanhol, abordando manifestações clínicas pediátricas de COVID-19 documentadas em serviços de pronto atendimento. Excluiu-se trabalhos que não corresponderam aos critérios de inclusão. Resultados: Foram encontrados 456 artigos e selecionados 11. Os pacientes tinham idade de 0-18 anos. Os sintomas mais frequentes foram febre, tosse seca ou produtiva, anorexia e rinorreia, sendo menos comum: apneia, cianose, dor de cabeça, desidratação, desordens gastrointestinais, pneumonia e insuficiência renal. Rash cutâneo, conjuntivite, dor abdominal, choque cardiogênico, edema, efusões pleurais e pericárdicas, e neuropatias foram mais evidentes em pacientes com síndrome inflamatória multissistêmica (SIM). O risco de tromboembolismo (elevação do D-dímero) foi proporcional ao surgimento e à resolução da doença. Crianças com SIM apresentaram cardiopatia com aumento sérico de proteínas natriuréticas. Por fim, menos de 4% dos pacientes atendidos em emergências pediátricas com parada cardiorrespiratória eram positivos para COVID-19 e, apesar do maior tempo de retorno espontâneo da circulação, a ressuscitação cardiopulmonar garantiu maior sobrevida aos infantes. Conclusão: O reconhecimento precoce de pacientes pediátricos com COVID-19 impede o agravo das manifestações clínicas e reduz a morbimortalidade pela doença.