MANOBRA DE ORTOLANI: É O SUFICIENTE NO DIAGNÓSTICO DA DDQ?

Introdução: A displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ) é uma condição ortopédica que envolve alterações morfológicas no quadril, podendo ser identificada logo após o nascimento ou durante o crescimento da criança. Pode apresentar-se desde um atraso na maturação até o completo deslocamento do quadril. Estima-se que 2,0 a 2,6 milhões de crianças são afetadas por ano em todo o mundo, configurando um importante problema de saúde pública. A Manobra de Ortolani, apesar de muito específica, ainda gera controvérsia quanto a sua sensibilidade, mesmo em quadris luxados.
Objetivos: Avaliar o grau de confiabilidade da Manobra de Ortolani assim como os fatores de risco identificados nessa série de casos.
Materiais e métodos: Estudo observacional descritivo com coleta prospectiva de dados em uma série de 86 pacientes encaminhados a um serviço de referência diagnóstica em SP, no período de março a agosto de 2016, identificados com quadris descentralizados por método ultrassonográfico (Graf 3 ou 4).
Resultados: Dos 86 pacientes avaliados entre 3 e 45 dias de vida, com o diagnóstico ultrassonográfico de luxação ou subluxação, a manobra de Ortolani foi descrita como positiva em 40,7% dos casos. Além de 83% serem do sexo feminino, 63% possuírem apresentação pélvica ao nascimento, 67% das genitoras eram primíparas, 14% possuíam histórico familiar de DDQ, 7% possuíam patologias ortopédicas associadas.
Conclusão: A manobra clínica positiva de Ortolani foi identificada em apenas 40,7% dos pacientes, ressaltando assim a importância de considerar, não apenas o exame físico, como também diversos outros fatores de risco no rastreamento da DDQ.