MORTALIDADE DE CRIANÇAS POR CAUSAS EXTERNAS EM PERNAMBUCO: ANÁLISE DOS CASOS ENTRE 2012 E 2021

Introdução: A mortalidade por causas externas compreende os traumas, as lesões e os agravos gerados de maneira acidental ou intencional, como as violências. No Brasil, as mortes por causas externas em crianças são causas passíveis de serem evitadas por intervenções do Sistema Único de Saúde. Nesse sentido, esses eventos tornam-se uma questão de saúde pública devido à repercussão na criança, na família e na sociedade e aos altos custos sociais, econômicos e emocionais. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da mortalidade por causas externas em crianças no estado de Pernambuco, entre os anos de 2012 e 2021. Método: Estudo transversal, quantitativo, observacional e descritivo, com uso de dados secundários do Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, acerca dos registros de mortalidade por causas externas entre 2012 e 2021. Resultados: No período analisado, 1.653 óbitos por causas externas foram notificados, sendo 62,4% meninos, 72,6% pardos e 72,4% da faixa etária entre 0 e 4 anos. Na infância, os estabelecimentos de saúde foram a localidade com maior ocorrência de óbitos (49,6%), tendo na sequência o domicílio (22,8%) e a via pública (14,6%). A Região Metropolitana abrangeu 55,4% dos registros. Conclusão: A análise demonstrou que crianças do sexo masculino, na primeira metade da infância, de etnia parda e residentes na Região Metropolitana do Recife constituem a maior parte das vítimas, sendo o hospital a localidade de maior ocorrência dos óbitos. Diante disso, destaca-se a importância da assistência hospitalar adequada, com capacitação da equipe para realização do atendimento de emergência. Ademais, tendo em vista o caráter evitável desses eventos, é crucial a proposição de intervenções em educação em saúde, visando a prevenção de acidentes e violências para a redução desse agravo, especialmente nas cidades em torno da capital.