Introdução: A síndrome de abstinência neonatal (NAS) é um distúrbio resultante da exposição crônica a substâncias in-útero e sua cessação abrupta ao nascer. O uso indevido de opióides (OUD) entre mulheres grávidas preocupa, uma vez que esses compostos podem ultrapassar a barreira placentária e interromper o desenvolvimento fetal. Para combater o uso ilícito dessas substâncias e estabilizar os sintomas da mãe, utiliza-se a buprenorfina, um agonista parcial dos receptores 956,-opióides, ou a metadona, um agonista completo dos receptores 956,-opióides.
Objetivo: Analisar, na literatura existente, o desempenho do uso da buprenorfina, comparando-a com o uso da metadona, durante a gestação, no tratamento da sintomatologia presente na Síndrome de Abstinência Neonatal.
Método: Aborda uma revisão integrativa da literatura em que foram buscados no PubMed, BVS e SciELO os descritores em saúde (DeCS): buprenorphine, abstinence e gestational. Dos 39 artigos levantados, 14 foram coerentes com os critérios de inclusão.
Resultados: Os efeitos adversos da buprenorfina incluem baixo peso ao nascer, adversidades no parto e complicações perinatais. A buprenorfina causa oito vezes menos efeitos adversos em neonatos em contraste com a metadona e apresenta menos riscos de NAS. Além disso, os neonatos expostos a buprenorfina in-útero apresentam melhores resultados no tratamento da Síndrome de Abstinência Neonatal quando comparados com os expostos a metadona, pois apresentam uma menor transferência placentária, reduzindo exposição fetal e o risco de NAS. A buprenorfina também apresenta menor intervalo e quantidade de morfina no tratamento da NAS.
Conclusão: De acordo com a literatura analisada, tanto a metadona quanto a buprenorfina são opções eficazes no tratamento de mulheres grávidas com OUD. Porém, mesmo opióides compondo parte do tratamento, pode ser prejudicial para o feto, sendo necessário a realização de mais estudos para avaliar a segurança relativa, eficácia e resultados a longo prazo tanto para a mãe quanto para o bebê.