PERCEPÇÕES SOBRE FEBRE AMARELA E SUA VACINA ENTRE PESSOAS QUE CONVIVEM COM O HIV

Introdução: A vacinação é a principal estratégia para prevenir a febre amarela, que passou a ocorrer de forma endêmica em várias regiões do país desde 2017. Pessoas que convivem com o HIV podem ter percepções equivocadas sobre a doença e sua vacina.
Material e método: Após aprovação do Comitê de Ética institucional, e assinatura do TCLE, um questionário sobre a doença e sua vacina foi aplicado a pacientes, pais de pacientes também infectados pelo HIV e crianças expostas não infectadas num serviço universitário de referência em São Paulo.
Resultados: participaram do estudo 50 pacientes – 8 crianças expostas e não infectadas (Grupo ENI) e 42 adolescentes e adultos infectados pelo HIV (Grupo HIV). Receberam a vacina 33 sujeitos: 7 do Grupo ENI (87,5) e 26 do grupo HIV (61,9). Referiram estar preocupados com a ocorrência da doença 36/50 entrevistados (72) e 52 consideram que por ser infectados pelo HIV apresentam um risco aumentado para a doença. Consideram saber como evitar a doença 33/50 (66) e referiram a vacina como forma de proteção apenas 13/50 (26). Entre os pacientes do grupo HIV, apenas 19 (45,2) informaram ser infectados pelo HIV ao receber a vacina. Eventos adversos leves após a vacina ocorreram em apenas 5 pacientes. O encaminhamento médico (27/33 = 81,8) ou o não encaminhamento (13/27 =48,1) foram as razões apontadas para receber ou não a vacina. A vacina fracionada foi recebida por 30 pacientes.
Discussão e Conclusão: apesar de serem acompanhados em serviço de referência e referirem preocupação com a doença, apenas 61,9 dos pacientes infectados pelo HIV neste grupo receberam a vacina. Expostos e não infectados apresentaram maior cobertura vacinal. É necessário propor estratégias para sensibilizar essa população.